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ACS Santos avalia efeitos do tarifaço dos EUA: redução na movimentação de café e abertura de novas oportunidade

Notícias 22 de outubro de 2025

Prestes a completar três meses de vigência, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos exportados do Brasil, que vigora desde 1º de agosto, tem provocados efeitos diferentes em duas das mais importantes cidades portuárias do Brasil, na avaliação das respectivas Associações Comerciais. No Rio de Janeiro, não foi registrado impacto no comércio, e em Santos houve, por exemplo, redução na movimentação de café, mas também a abertura de novas oportunidades comerciais com outros países para a carne, soja e outras cargas.

As avaliações do efeito do tarifaço foram feitas pelas Associações Comerciais do Rio de Janeiro (ACRJ) e de Santos (ACS).

Em Santos, cidade em que a economia depende da movimentação portuária, a taxação dos EUA impactou principalmente sobre a exportação do café. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial do grão e pelo complexo portuário paulista é embarcado cerca do 80% desse produto rumo ao exterior.

De acordo com os dados da ACS, os EUA são o maior consumidor mundial de café e representava, até a taxação, cerca 16% das exportações brasileiras da commodity, ao mesmo tempo que para o mercado interno americano o produto respondia por um terço do consumo.

“Desde agosto estão sendo embarcados tão somente volumes declinantes de lotes anteriormente contratados. Não tem havido novas vendas com destino aos EUA”, explica Mauro Sammarco, presidente da ACS, que tem entre seus associados as principais empresas exportadoras do produto.

Por outro lado, a carne, também taxada, continua sendo embarcada pelo porto em volumes elevados para outros destinos e novos mercados, como o México. “Os produtos excluídos do tarifaço e representativos para Santos, como suco de laranja e celulose, continuam com os embarques rotineiros”, destaca Sammarco.

Na avaliação da ACS, a taxação de produtos pelos EUA gerou outras oportunidades, a exemplo da soja. A China deixou de adquirir o produto americano, passando a comprar volumes maiores do grão brasileiro. Das 30,9% milhões de toneladas embarcadas em Santos entre janeiro e setembro deste ano, 85,4% foram destinadas à China.

RIO DE JANEIRO

Apesar do Rio de Janeiro não ter sofrido impacto significativo no comércio, Josier Vilar, presidente da ACRJ, está confiante de que o tarifaço seja revogado em breve devido as negociações entre os governos do Brasil e Estados Unidos. “De modo geral, o reflexo no setor comercial foi limitado, uma vez que o Brasil exporta poucos produtos e serviços para os Estados Unidos nas áreas de varejo e prestação de serviços”, argumenta.

Josier Vilar, da ACRJ, acredita que, em escala global, o fato de os países atingidos pelas tarifas elevarem seus preços pode gerar algum impacto indireto sobre o consumo final em diversas regiões do mundo. “Entretanto, no comércio do Rio de Janeiro, os efeitos das medidas tarifárias americanas não foram relevantes até o momento”, destaca.

Para Vilar, o período de vigência das tarifas ainda é curto para que se percebam consequências mais amplas, especialmente se levar em conta a possibilidade de revisão ou extinção dessas medidas. Há uma expectativa de que presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontrem no domingo, dia 26 de outubro, antes da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia.

Fonte: CACB

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