O presidente em exercício da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Carlos Francisco Bitencourt Jorge, está bastante confiante quanto às vendas neste fim de ano envolvendo o Natal. Com base em recente pesquisa da FecomércioSP, a expectativa é que o setor fature R$ 119,7 bilhões no mês, uma alta de 5% em relação a dezembro de 2022. “O movimento entre as lojas da cidade está dentro do esperado, o que deve aumentar nos próximos dias”, disse o dirigente de Marília entusiasmado com o volume de pessoas entre as lojas com a aproximação do Natal, dia 25. “Desde novembro, com a "Black Friday", as lojas estão com bom movimento o que só deve aumentar com a chegada do Natal”, falou ao conversar com inúmeros comerciantes associados, principalmente na região central da cidade. “Nos bairros a situação não está diferente”, constatou ao telefonar para alguns lojistas.
De acordo com o levantamento da FecomércioSP a injeção dos recursos do décimo terceiro salário na economia sendo superior à dos anos anteriores por causa do aumento dos empregados formais com direito ao benefício, tem causado impacto. Pelos cálculos da entidade, R$ 85,1 bilhões foram colocados em circulação na economia no estado de São Paulo, montante R$ 10,3 bilhões superior ao do ano passado, e que se destina, principalmente, para pagamento de dívidas e despesas comuns num primeiro período. “Muitos recuperam crédito para utiliza-lo no Natal, pagando dívidas”, explicou o dirigente que considera importante o pagamento de dívidas no varejo. “Quitando débitos ou comprando no varejo, as duas formas de investimento são importante para o comércio em geral”, disse o dirigente da associação comercial mariliense que enxerga no elevado nível do endividamento das famílias como o maior obstáculos para as vendas no fim de ano.
Carlos Francisco Bitencourt Jorge diz que um dos indicadores mais importantes para dar pistas se o varejo pode ter bom ou mau desempenho em um determinado período é a massa real de rendimento do trabalhador. Neste ano, este indicador deve acumular alta de 8,8% em relação a 2022, mais do que cresceu em 2019 sobre 2018 (3,7%), de acordo com a MacroSector Consultores. Como base de comparação, em 2020 e 2021, a massa real de rendimento dos trabalhadores caiu 6,1% e 0,3%, respectivamente, e, em 2022, cresceu 8,5%. Nos números deste ano também estão incluídos os recursos do Bolsa Família, que praticamente dobraram de 2022 para 2023, de R$ 6,9 bilhões para R$ 13,2 bilhões por mês. Em 2023, portanto, a massa real de rendimento, que é a relação entre o pessoal ocupado e o rendimento médio do trabalhador, deve ter o melhor desempenho dos últimos quatro anos. “A inflação oficial do país (IPCA), outro termômetro importante para o varejo, que chegou a 10,1% em 2021 e 5,8% em 2022, deve terminar o ano em 4,5%, de acordo com as pesquisas realizadas pela MacroSector”, disse o presidente em exercício da associação comercial.
A taxa básica de juros também dá sinais de diminuição, terminando o ano em 11,8%, assim como a inadimplência que está sob controle e em queda, de acordo com dados do Banco Central (BC). “O cenário não está ruim, por isso, o comerciante deve preparar bem a equipe de vendas, facilitar os pagamentos e oferecer bons produtos, pois, o cliente deve estar animado”, disse Carlos Francisco Bitencourt Jorge que tem procurado acompanhar a movimentação do comércio diariamente no centro comercial e nos bairros.