Do Diário do Comércio
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) manifestaram repúdio aos atos ocorridos no domingo (8) em Brasília, quando as sedes dos Três Poderes da República foram depredadas por radicais que pediam intervenção militar.
Em nota, as entidades afirmam que “a depredação das sedes dos Três Poderes da República atenta contra instituições do Estado Democrático de Direito, que devem ser protegidas”.
“As instituições devem funcionar normalmente e priorizar o enfrentamento do desafio maior de promover o desenvolvimento, gerar empregos e garantir a tranquilidade e justiça social para todos os brasileiros”.
A nota, assinada por Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB, Facesp e ACSP, diz ainda que “somente com democracia forte estimularemos a livre-iniciativa e o desenvolvimento da economia nacional”.
OS ATOS
Radicais marcharam na tarde de domingo pela Esplanada dos Ministérios, invadiram a sede dos Três Poderes da República e deixaram um rastro de destruição pelos principais edifícios de Brasília.
Os vândalos pediram intervenção militar e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em reação, decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.
A passeata começou por volta das 14 horas. Perto das 15 horas, o grupo desceu pelo Eixo Monumental, furou, sem resistência, o bloqueio da PM e ocupou gramado, rampas, acessos e teto do Congresso.
Houve a primeira invasão, com cenas de vandalismo no Senado e na Câmara. Em seguida, pela Praça dos Três Poderes, transformada em campo de batalha, os radicais tomaram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Quebraram vidraças, entraram em gabinetes e depredaram obras de arte. Houve focos de incêndio. Os plenários de Câmara, Senado e STF foram ocupados. Exibiram como troféu a porta do armário onde fica a toga do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos de cunho golpista foram controlados pelas forças de segurança - PM, Polícia Civil, Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia do Exército - cerca de três horas e meia depois.
Lula estava em Araraquara (SP), para onde viajou para levar ajuda federal após fortes chuvas. De lá, onde acompanhou a crise. Como interventor foi nomeado o atual secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli - braço direito do ministro Flávio Dino. O governo federal vai agir até o dia 31 de janeiro, e a intervenção passará pelo aval do Congresso.
No final da noite de domingo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo.
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