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Cem anos do Diário do Comércio

Notícias 01 de julho de 2024

Cem anos do Diário do Comércio

Por Roberto Mateus Ordine

As primeiras Associações Comerciais surgiram em torno dos portos a partir das Praças de Comércio, onde os importadores se reuniam para trocar informações sobre os produtos que chegavam do exterior e também a respeito dos pagamentos. Essa troca se fazia de maneira informal, mas era muito importante para garantir o dinamismo e a segurança ao comércio.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), fundada em 1894, ajudou a reforçar essa tradição ao criar, em 1º de julho de 1924, um boletim Informativo que apresentava a relação das insolvências na praça de São Paulo. Esse boletim, que gradativamente passou a incorporar mais informações, em 1949 foi rebatizado de Diário do Comércio.

O DC passou a ser de leitura obrigatória para os empresários, sendo em muitos casos a única fonte de informação, circulando internamente em muitas empresas, conforme o interesse de cada área.

A seção com as informações diárias sobre insolvências, apontamentos, títulos protestados, falências e concordatas acabou apelidada por alguns de “colunas sociais” do Diário do Comércio. Claro que ninguém queria ter o nome publicado nesta área do jornal, tanto que funcionários de empresas faziam plantão na porta da gráfica esperando as primeiras edições para verificarem os apontamentos. Caso o nome da empresa aparecesse, corriam ao cartório para pagar o título antes dele ser protestado.

Mas o DC oferecia também outras informações para auxiliar os empresários sobre as exigências burocráticas, as constantes mudanças da legislação, possuía coluna sobre orientação jurídica, publicava notícias sobre a economia e, nos editoriais, a posição da ACSP na defesa do empreendedorismo e da economia de mercado.

Suas manchetes, algumas vezes irreverentes, traduziam o estado de espírito não apenas dos associados da ACSP e das Associações Comerciais de todo o País, mas, muitas vezes, de toda a nação.

Seguindo a evolução observada em outros jornais, o DC passou a ser também eletrônico e, depois, desde 2014, exclusivamente eletrônico, sem, no entanto, perder suas principais características de órgão informativo dos empresários e difusor da livre iniciativa como motor da economia e instrumento indispensável para o desenvolvimento econômico e social do país.

Ao completar cem anos, a partir de um modesto boletim datilografado, o Diário do Comércio alia tradição com modernidade e está preparado para mais um século de serviços à classe empresarial e ao Brasil.

Roberto Mateus Ordine é presidente da ACSP São Paulo e vice-presidente da Facesp.

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