O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, falou nesta quinta-feira, 18 de agosto, sobre o seu projeto de governo no Ciclo de Debates promovido pelo Conselho de Política Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O evento ocorreu na sede da entidade, localizada no centro de São Paulo.
Recebido pelo presidente da ACSP, da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp) e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto, e pelo coordenador do COPS e ex-senador Heráclito Fortes, Ciro falou sobre os seus projetos para o País.
O candidato começo sua fala propondo uma mudança profunda na maneira com a qual está administrada a economia brasileira. Discorreu, também, sobre a maneira como ela tem sido conduzida nos últimos governos, lembrando que nos últimos anos o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou brusca queda, principalmente, o candidato, em função da destruição da indústria brasileira, que há alguns anos representava um peso maior no PIB nacional. Ciro Gomes lembrou dos anos do Milagre Econômico e da importância do setor industrial nos anos 1980, ressaltando a sua perda de capacidade
”A indústria brasileira apresentou um retrocesso muito grande nos últimos anos, provocado, inclusive, pela destruição de cerca de 400 mil pontos de comércio desde o início da pandemia”, comentou. Para o candidato pedetista, fatores como a luta ideológica também afetam a produtividade nacional. “Continuamos tendo problemas graves que precisam ser equacionados como, por exemplo, a Previdência Social, o desemprego, a falta de projetos na educação e o caos tributário em que vivemos. Além disso, existe uma disputa ideológica absurda que nos impede de refletir de usar a nossa racionalidade e que deixa sequelas muito graves na nossa sociedade”, complementa.
Sobre o atual governo, Ciro acredita que o presidente Bolsonaro ainda pensa em um autogolpe. “Ele tem surtos golpistas provocados pela insegurança e por uma vocação autoritária. Ele fez a apologia da ignorância, afirmando que não entende de economia. É um populista que não entende nada. Estamos passando por um grande vazio com o atual governo. Os votos em Bolsonaro foram resultados de uma crise provocada pelo maior episódio de corrupção que aconteceu no governo do Partido dos Trabalhadores (PT). Não quero ser presidente e continuar governando com as bases atuais que sustentaram o governo petista e que continuam sustentando o atual governo”, afirmou.
Ciro lembra que o Brasil tem a biodiversidade necessária para se tornar um País desenvolvido. “O Milagre econômico dos anos 1970 tinha um projeto que provocou um grande crescimento. O Brasil viu seu PIB crescer 6,7 pontos percentuais durante meio século”, ressaltou. “Qualquer um pode ganhar a eleição, mas e no dia seguinte? Regimes neoliberais dos últimos governos derrubaram e impediram o crescimento do País nos últimos anos. A população brasileira continua crescendo e o Brasil está empobrecendo”, continua.
Na avaliação de Ciro, é preciso entender as ‘doenças’ que vem das ancestralidades. Para o candidato, o Brasil vem adiando a grande tarefa de construir a sua própria poupança nacional. “O Brasil internacionalizou a economia e ataca a inflação com taxa de juros alta. Era uma solução que antevia reformas mais importantes e profundas como a construção de uma poupança que realmente fundamente o crescimento da economia brasileira”, disse Ciro.
Complementando sua fala, Ciro voltou a ressaltar, na sua visão, que o Brasil tem sofrido com políticas suicidas. “Estamos sem projetos na área da educação, na ciência, na cultura, na infraestrutura. Sem planejamento ou fontes estáveis de financiamento que permitam a concretização dessas propostas. Além disso, a percepção do Brasil lá fora é muito negativa e se deve também ao governo Lula, que propõe resolver isso sem projetos. Ter um projeto sólido é a condição fundamental para que exista uma pacificação dos eleitores e a criação de um governo forte em coalização com empresariado e o pensamento acadêmico”, finalizou o pedetista.
Fonte: ACSP São Paulo