Na manhã da terça-feira (11), Felicio Ramuth, vice-governador de São Paulo, e Roberto Mangabeira Unger, filósofo e teórico social brasileiro visitaram a sede da ACSP e foram recebidos por: Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP; Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB e da Facesp; Antônio Carlos Pela, coordenador do Conselho de Política Urbana (CPU); Arnédio Bastos, superintendente institucional; Wilson Victorio Rodrigues, coordenador do Fórum de Jovens Empreendedores (FJE); e Carlos Kendi, assessor especial da presidência. Guilherme Afif Domingos, secretário estadual de Projetos Estratégicos também participou do encontro.
Felicio ressaltou que viu os dados, em relação à segurança, apresentados na última pesquisa feita pela ACSP com consumidores e empresários sobre o centro de São Paulo. “Estamos, desde o ano passado, com o HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas que possui duas frentes de tratamento. A primeira, e principal, é o pronto atendimento — a entrada de urgência e emergência — para pessoas que apresentam quadros agudos de dependência química, atendendo prioritariamente usuários da ‘cena aberta de uso’, conhecida como Cracolândia, na região central da cidade”, disse. “Essas pessoas passam por uma avaliação clínica e multidisciplinar e, quando necessário, são encaminhadas para um tratamento individualizado, conforme o perfil de cada usuário e seu grau de dependência química. A segunda frente de tratamento é o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas que recebe pessoas já com quadros estabilizados de dependência química para ajudar no processo de reinserção social e recuperação do quadro da dependência química”.
Ainda sobre a Cracolândia, o vice-governador comentou que obteve o número atualizado de usuários de droga na região. “Recebi ontem a contagem e são 195 pessoas no período da manhã, 225 à tarde e 800 à noite, ou seja, o número de dependentes caiu drasticamente. Além disso, tivemos também uma queda de roubo e furto. O acumulado do ano passado comparado com os meses de janeiro a abril de 2024 é de 55% de diminuição dos roubos e de 46% nos furtos. Para vocês terem uma ideia, a política de Tolerância Zero de Nova York reduziu 30% dos roubos. São números muito importantes e impactantes que mostram o bom trabalho que está sendo feito”.
CORPORATIVISMO VANGUARDISTA
Já Unger falou sobre a atual situação do Brasil, corporativismo, educação, Amazônia, economia, entre outros assuntos. “O Estado brasileiro é um dos únicos do mundo em que o governo tem muitos dos instrumentos que seriam necessários para a qualificação produtiva. É o legado do corporativismo varguista. Arruinado, é verdade, mas com entidades como Embrapa, Sebrae, Senac, Senai, bancos públicos de desenvolvimento. Muitas dessas ferramentas estão pervertidas, corroídas, porque não estão mobilizadas a favor de um projeto amplo de qualificação produtiva no rumo de construção de uma economia de conhecimento”.
Para Unger, a agricultura, a pecuária e a mineração pagam as contas do consumo urbano. “Estaríamos já em uma crise maior sem o agro, a pecuária e a mineração. Estamos organizando uma forma de crescimento baseada no divórcio entre a inteligência e a natureza, e não no casamento delas”, finalizou.
Encerrando o almoço, o presidente da ACSP afirmou que “estamos felizes em receber duas importantes figuras políticas com visões estratégicas para o nosso Estado e país".
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