O secretário da diretoria da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Gilberto Joaquim Zochio, comemorou os dados apresentados pela Boa Vista, em que as vendas do comércio nacional cresceram 1,2% entre os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023. “Foi o quarto avanço consecutivo na comparação mensal”, comemorou o dirigente que considera importante este tipo de reação do varejo nacional, em virtude do momento delicado que atravessa o setor, em razão de haver expectativa positiva quanto ao início do segundo trimestre do ano. “A retomada do crescimento no comércio já é uma realidade”, acredita o dirigente mariliense ao observar os números apresentados.
Diante dos dados apresentados, na comparação com janeiro do ano passado, a alta foi de 1,0%. Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, a curva se manteve numa trajetória de crescimento, passando de 1,3% para 1,5% entre os meses de dezembro e janeiro. Segundo Flávio Calife, economista da Boa Vista, os resultados positivos de agora não deixam para trás os obstáculos que o setor deve ter pela frente. “Este será mais um ano de inflação e juros altos, como foi em 2022, e também é esperada uma desaceleração mais contundente do crédito em função dos maiores riscos, não só da parte do consumidor”, avaliou o especialista ao pedir cautela sempre, em virtude de que a taxa de inadimplência subiu bastante no ano passado, também de parte das empresas, que podem daqui em diante se deparar com um mercado de crédito mais rígido. “Somados esses fatores ao cenário macroeconômico, que não é favorável no momento, é mais provável que a curva de longo prazo do indicador entre numa tendência de desaceleração em breve”, afirma o economista.
Gilberto Joaquim Zochio demonstrando mais otimismo disse que, ainda assim, a projeção da Boa Vista para as vendas do comércio ao longo do ano é de alta, mesmo que inferior ao crescimento observado em 2022. “Tudo depende da forma como se quer observar os números”, arrisca o dirigente ao notar elevação nas vendas nos números e na prática. “Apesar das incertezas, que nos acompanha desde a pandemia, o consumidor tem reagido de forma positiva”, falou o dirigente da associação comercial de Marília, que também pede cautela, mesmo com um cenário mais positivo. “O varejo vive de altos e baixos, dependendo do período”, frisou ao lembrar que o primeiro semestre do ano é tido como o período em que se paga mais impostos para se manter no mercado. “No segundo semestre é onde realmente o comércio em geral tem uma rentabilidade maior”, ressaltou.
Um aspecto lembrado pelo secretário executivo da associação comercial de Marília é que o Produto Interno Bruto (PIB) encerrou o ano com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões. “Esse é o resumo dos números”, arriscou ao destacar que o crescimento do PIB em 2022 foi puxado pelas altas nos serviços (4,2%) e na indústria (1,6%), que juntos representam cerca de 90% do indicador. “Desses 2,9% de crescimento em 2022, os serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais”, mostrou o secretário executivo. “Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano”, disse Gilberto Joaquim Zochio que aguarda os novos índices para ter a certeza de que a retomada do varejo é de fato uma realidade.