Os mogianos começaram o primeiro trimestre de 2022 com R$ 13.915.673,09 em dívidas inscritas no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Ao todo, 14.863 pessoas têm algum tipo de dívida pendente. Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) mostra que em março, 77,5% dos brasileiros estavam endividados. Para a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) o número é resultado do índice elevado de inflação e desemprego, além de perda de renda e alta no nível de juros.
Embora o valor da dívida no SCPC de Mogi tenha caído 4,9%, comparado com março de 2021 (R$ 14.632.756,39), o número de pessoas com dívidas ainda chama atenção. Em março, o serviço incluiu 609 novos nomes, por outro lado, no período, 312 deixaram a lista de devedores. A exclusão da lista do SCPC ocorre em duas situações: quando o pagamento do débito é efetuado ou após cinco anos da inclusão da dívida. No primeiro trimestre do ano passado, 14.402 mogianos estavam inadimplentes, percentual que aumentou 3,2% em 2022.
De acordo com a CNC, do total de endividados, 27,8% estavam com alguma dívida ou conta em atraso, e 10,8% não conseguiriam pagar os compromissos. Para o diretor do SCPC de Mogi, Carlos Lapique, na pandemia muitas pessoas perderam seus empregos e parte desses trabalhadores ainda não voltou ao mercado. “Uma parcela dos trabalhadores que conseguiram recolocação ainda enfrenta uma nova realidade, que é a remuneração mais baixa. As pessoas acabam priorizando as contas de consumo e as outras dívidas acabam ficando em segundo plano, o que aumenta o índice de inadimplência e acaba virando uma bola de neve”, disse.
A pesquisa da CNC apontou que o cartão de crédito é o principal tipo de dívida (87%), seguido pelos carnês (18,7%) e financiamento de carro (11,2%). “Hoje, metade das dívidas no SCPC é de mogianos que devem até R$ 500,00. Outros 30% são de pendências de R$ 1 mil. E cerca de 90% dos inscritos têm apenas um registro. Por isso, é importante buscar os credores para negociar as dívidas, é de interesse das empresas receber o dinheiro, assim, é possível parcelar os valores, reduzir os juros e encontrar formas de quitar os débitos”, orienta o diretor.