Ao longo de 2022, os mogianos desembolsaram R$ 482.106.329,03 com o pagamento de impostos. O balanço é do Impostômetro, ferramenta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mede o volume dos tributos pagos no Brasil no âmbito municipal, estadual e federal. O montante empenhado pela cidade no ano passado supera em 11% o total investido em 2021, quando o Impostômetro marcou R$ 432.421.386,47.
Para efeito de comparação, é como se cada morador da cidade pagasse R$ 1.022,27 de impostos no último ano. Segundo prévia do Censo 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui 471.602 habitantes. Com o valor arrecado em Mogi das Cruzes é possível comprar mais de 632,5 mil cestas básicas, se levarmos em consideração que, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor pago nos alimentos é de R$ 762,20.
Para a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) a alta no volume de tributos pagos pelos mogianos reflete o cenário brasileiro que é conhecido como um dos países com as maiores cargas tributárias do mundo. Por outro lado, o número também é um indicador da atividade econômica.
“Sabemos que os impostos são importantes para o desenvolvimento social, mas a política tributária brasileira é ineficiente e engessada, os comerciantes acabam pagando muitos tributos, o que afeta a capacidade de investir, expandir os negócios e contratar. Parte desse aumento registrado pelo Impostômetro mostra a retomada do comércio, que em 2022, vendeu mais e assim, gerou mais tributos”, analisou a presidente da ACMC, Fádua Sleiman.
Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) apontam que em 2021, foram necessários 149 dias de trabalho para que os brasileiros quitassem os impostos. Em 2020, eram precisos 151 dias e entre 2016 e 2019, foram consumidos 153 dias apenas para pagar os tributos.
O órgão é responsável ainda pelo Índice de Retorno ao Bem Estar da Sociedade (IRBES), indicador que considera os 30 países com as maiores cargas tributárias e analisa o retorno dos impostos para a sociedade. O Brasil ocupa a última posição do ranking, ou seja, é a nação que tem a pior aplicação dos impostos arrecadados em relação à melhoria da qualidade de vida dos habitantes.
É possível acompanhar o total de tributos pagos em tempo real por meio do site do Impostômetro (www.impostometro.com.br).