O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) chega à marca de R$ 2,5 trilhões neste domingo, dia 29, por volta das 19 horas. Trata-se de uma estimativa do valor pago pelos brasileiros em impostos, taxas e contribuições desde o início do ano.
Esse montante, que é repartido entre União, Estados e Municípios, tem crescido ao longo dos anos. Como exemplo, no ano passado, o painel bateu os R$ 2,5 trilhões apenas em 16 de novembro, 19 dias mais tarde. Em 2021, o valor foi atingido em 20 de dezembro, 53 dias mais tarde. Ou seja, o ritmo da arrecadação tem acelerado.
É importante destacar que o aumento da arrecadação não é algo ruim. Pelo contrário, é um sintoma de aquecimento da economia. Significa que a população está comprando mais, as empresas estão investindo, o dinheiro está circulando. O problema é que parte desse aumento também é explicada pela alta dos impostos.
No ano passado, segundo dados do governo, a carga tributária foi equivalente a 33,71% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em outras palavras, isso significa que os tributos pagos por empresas e pela população em geral corresponderam a 33,71% de toda a riqueza gerada no país. Comparada com a carga tributária de 2021 (33,05% do PIB), houve crescimento de 0,65 ponto percentual.
Em 2005, quando o Impostômetro foi ligado pela primeira vez, a carga correspondia a 30% do PIB.
Esse volume de tributos arrecadado financia as ações dos governos. Eles deveriam ir para Saúde, Educação, Segurança Pública, Saneamento. Mas é notório que a qualidade dos serviços públicos não acompanha o crescimento da arrecadação. Um sinal claro de má gestão dos recursos.
Um exemplo - entre tantos outros - de que o dinheiro do contribuinte não é tratado com zelo é a evolução da dívida dos Estados. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é estadual, representa o maior percentual dentro da arrecadação. Ainda assim, o Rio de Janeiro tem uma dívida com a União estimada em R$ 150 bilhões. A de Minas Gerais chega aos R$ 156 bilhões. E essa é uma realidade de praticamente todos os Estados.
Com 33,71% de carga tributária, não deveria faltar recursos para a gestão pública. Como parâmetro, a carga brasileira é semelhante à de países de economias desenvolvidas da OCDE, cuja média é de 35%, segundo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (IPEA) em 2022.
Diante dessa realidade, o Impostômetro tem alertado diariamente os brasileiros sobre a evolução da arrecadação, permitindo que o contribuinte cobre do poder público o bom uso desses recursos.
MUDANÇAS NO PAINEL
Instalado na fachada da sede da ACSP, o Impostômetro será desativado, temporariamente, pela primeira vez em 18 anos. Isso porque o prédio da Associação Comercial está em processo de revitalização, o que exigirá a remoção do painel para o andamento das obras.