Manutenção da taxa básica de juro em 10,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de Juros (Selic), no patamar de 10,5% ao ano. Com isso, o BC interrompeu uma sequência de sete reduções consecutivas. 

Na avaliação da Rede de Associações Comerciais da Facesp, a legítima representante das micro e pequenas empresas e da classe empreendedora paulista, a decisão mostra que o BC segue alheio a interferências políticas e lamenta que, ao não se comprometer com o ajuste fiscal e com a redução de despesas, o governo contribui para que o País siga com uma das maiores taxas de juros do mundo e entre os piores no ranking mundial de competitividade. 

A manutenção estabelecida pelo Copom é um sinal evidente de que o Banco Central se pauta em decisões técnicas, tendo como análise apenas a conjuntura econômica. A unanimidade na votação confirma que a instituição segue tendo a independência como um de seus pilares fundamentais. 

O desequilíbrio fiscal, a piora recente nas projeções de inflação, aliados a um cenário externo adverso, levaram o BC a interromper a série de quedas. Se por um lado o País apresenta indicadores positivos como a queda no desemprego e a melhora na intenção de consumo das famílias, por outro, é vital que o governo cumpra a parte que lhe cabe. 

A conjuntura econômica, que manteve a taxa de juros em 10,5%, sustenta o Brasil neste incômodo cenário. O elevado patamar gera um panorama de menor atratividade para o crédito. O que impacta, principalmente, a micro e pequena empresa. 

Para o presidente da Facesp, Alfredo Cotait Neto, a manutenção da Selic, em um contexto que a inflação volta a acelerar, prejudica o comércio e o desenvolvimento da economia. Ele destaca, ainda, que o “crescimento econômico somente é viável quando a taxa de juros é reduzida, mas, para isso, é necessário que o governo tenha equilíbrio fiscal, o que não é possível fazer em um Estado que gasta mais do que tem”, finalizou.