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O Varejo não pode parar

Notícias 08 de maio de 2019

CRISE ECONÔMICA, BUROCRACIA E CARGA TRIBUTÁRIA SUFOCAM O SETOR, QUE AINDA PRECISA SE ADAPTAR AO USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO ÂMBITO DA PEQUENA EMPRESA, INFORMA O NOVO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO (ACSP), ALFREDO COTAIT NETO, EM ENTREVISTA AO SESCON-SP

ÚLTIMO ELO NA CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS, O VAREJO É, COMO DIZEM, O PRIMEIRO A ENTRAR NA CRISE E O ÚLTIMO A SAIR. E É ESTE O DRAMA QUE VIVE O COMÉRCIO BRASILEIRO E, PARTICULARMENTE, O PAULISTA COM A CRISE ECONÔMICA, QUE É ACENTUADA PELA BUROCRACIA E PELA ALTA CARGA TRIBUTÁRIA. COM A DIRETORIA RENOVADA, SOB A LIDERANÇA DE ALFREDO COTAIT NETO, A ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO (ACSP) PROMETE SER INCANSÁVEL NA DEFESA DO EMPREENDEDORISMO E JÁ COMEÇOU A PEREGRINAÇÃO A BRASÍLIA PARA SENSIBILIZAR GOVERNO E O LEGISLATIVO SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS REFORMAS PARA O EMPRESARIADO E PARA A SOCIEDADE COMO UM TODO. NESTA ENTREVISTA, COTAIT NETO FALA SOBRE A PARCERIA DA ACSP COM O SESCON-SP, A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA, ALÉM DOS ESFORÇOS DA ENTIDADE PARA GARANTIR QUE, DESTA VEZ, PRINCIPALMENTE A REFORMA TRIBUTÁRIA SEJA CONCLUÍDA. A ÊNFASE, NA VISÃO O LÍDER EMPRESARIAL, DEVE SER UMA REVISÃO DO ICMS, APONTADO COMO O MAIOR VILÃO DO SETOR. ACOMPANHE.

SESCON-SP: Qual é a sua pauta para este primeiro ano de gestão?

Alfredo Cotait Neto: Vamos aprofundar o necessário processo de modernização e inovação iniciado nos últimos anos pela gestão anterior. E fortalecer a atuação das distritais em todas as regiões da capital paulista, para descentralizarmos a entidade e nos aproximarmos mais dos associados, irmos aonde o empresário está.

 

SESCON-SP: Qual deve ser a prioridade da ACSP?

ACN: Mantendo as tradições e os valores que sempre nortearam a atuação da entidade, vamos fortalecer a presença da ACSP junto aos governos, aos legislativos, aos empresários e à sociedade na defesa da atividade empreendedora e do desenvolvimento nacional. Para isso, a Associação vai participar dos debates sobre os grandes temas, as reformas da Previdência e Tributária e as questões mais específicas referentes à burocracia, que sufoca as empresas e os problemas locais, impactando o dia a dia dos negócios.

 

SESCON-SP: Quais são os grandes gargalos do setor?

ACN: A recessão é a maior dificuldade para o varejo. Felizmente, estamos começando a superá-la, embora ainda de forma muito lenta. Estamos confiantes de que, com a aprovação da reforma da Previdência, muitos investimentos serão realizados e a economia deverá melhorar. A burocracia e a complexidade da legislação tributária também são gargalos que precisam ser eliminados. O governo está consciente disso e trabalha para reduzir as dificuldades de quem quer empreender no Brasil.

 

SESCON-SP: Empresários e entidades de classe dão como urgente uma nova lei tributária. Qual a sua visão?

ACN: Vencida essa primeira etapa da reforma da Previdência, acredito que se possa avançar nas demais etapas, incluindo a reforma tributária, que é fundamental. Ela deverá começar gradativamente, mas sempre partindo de um projeto global para que não haja remendos. Esperamos que ela possa começar a ser discutida ainda em 2019, mas é difícil que passe na Câmara e no Senado ainda neste ano; tudo depende do ritmo de aprovação da reforma previdenciária que está em votação. A tributária já será a próxima a ser debatida.

 

SESCON-SP: Ao seu ver, o que esta nova lei tributária deve priorizar?

ACN: Em um primeiro momento a reforma tributária não deve reduzir alíquotas, mas simplificar a sistemática de cobrança dos impostos, sem alterar a carga tributária. O mais conveniente é que se parta de um projeto geral da reforma e que a implantação seja por partes. O ideal é começar pelo ICMS, pois é o imposto que gera mais burocracia e tem a maior complexidade, com diferentes regras nos 27 estados e no Distrito Federal, o que aumenta a dificuldade para as empresas que atuam em território nacional.

 

SESCON-SP: A ASCP está ou vai se mobilizar para alguma ação visando conscientizar governo e políticos sobre esta problemática?

ACN: Fui recentemente a Brasília entregar para os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e também para o ministro da Economia, ofício no qual defendemos a reforma da Previdência. Transmitimos o apoio dos empresários paulistas ? representados pela Facesp e pela ACSP ?, pedimos que a reforma seja aprovada com urgência e defendemos que é o primeiro passo na agenda de modernização da economia brasileira. Essa foi apenas a primeira ação; vamos manter mobilização permanente até a aprovação da reforma, inclusive atuando junto com as associações comerciais de outros estados e outras entidades empresariais.

 

SESCON-SP: Qual o impacto do comércio eletrônico para o setor?

ACN: O comércio eletrônico tem crescido rapidamente no País e contribui significativamente para o aumento das vendas do varejo e a elevação do consumo.

 

SESCON-SP: As empresas de pequeno e médio portes já se adaptaram a esta realidade do e-commerce?

ACN: As pequenas e médias empresas têm procurado se adaptar a essa nova realidade, que não tem volta, embora ainda enfrentem dificuldades quanto à competição no mercado. O comércio físico não vai morrer, mas precisa se reinventar para atrair o consumidor. A busca por parcerias e a combinação de vendas on-line e presenciais deverá ser a tendência predominante.

 

SESCON-SP: Qual é o papel da ACSP nesta jornada?

ACN: O papel da ACSP é informar, conscientizar e apoiar o empresário da necessidade de mudanças, além de disponibilizar produtos e serviços ? que facilitem sua adaptação ? e alguma forma de acesso ao crédito.

 

SESCON-SP: Na área de formação de pessoas, já há especialistas dizendo que a mão de obra brasileira está defasada. Qual é a sua visão de futuro dos profissionais do setor?

ACN: Algumas instituições têm trabalhado para melhorar a formação da mão de obra para as empresas. Já se conseguiu algum progresso nesse sentido, mas é preciso acelerar o processo de capacitação dos trabalhadores para enfrentar os novos desafios do mercado. O brasileiro aprende e se adapta rapidamente às novidades, mas é necessário aprimorar o ensino em todos os níveis para que o País possa se modernizar.

 

SESCON-SP: Como ACSP e SESCON-SP podem trabalhar em parceria para acelerar a pauta prioritária para empreendedores?

ACN: A ACSP e o SESCON-SP são parceiros de longa data e têm trabalhado juntos no combate ao excesso de burocracia, que tanto dificulta a vida das empresas, aumenta os custos e gera insegurança para os empreendedores. Certamente continuarão trabalhando em conjunto neste período de muitas mudanças e desafios.

Fonte: Revista Sescon-SP

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