O presidente da CACB e da Facesp, Alfredo Cotait Neto, recebeu nesta quarta-feira (17/04), a visita da chanceler da Argentina, Diana Mondino. O encontro ocorreu na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e também contou com a presença do presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine.
Em sua primeira visita oficial ao Brasil, Diana se reuniu com representantes da Rede de Associações Comerciais, de agências de fomento, além de outras autoridades, para debater ações que incentivem as relações comerciais do Brasil e do Estado de São Paulo com a Argentina.
Acompanhada do Secretário de Relações Econômicas Internacionais, Embaixador Marcelo Cima, e do Cônsul Geral da Argentina em São Paulo, Luis María Kreckler, Diana reforçou o desejo de seguir o trabalho conjunto entre as duas nações.
A chanceler destacou as reformas econômicas e de Estado que o governo argentino vem tentando implantar. "Espero que possamos trabalhar juntos como parceiros. Há algo que nós temos muito claro, que não se pode exportar sem importar e sem qualidade suficientemente boa para que outro país queira comprar", afirmou a autoridade argentina.
MISSÃO EMPRESARIAL
“Precisamos nos integrar. O Brasil pode puxar todos para um crescimento. Nós precisamos trabalhar juntos, e temos um grande mercado para explorar”, disse Diana.
O embaixador Marcelo Cima, confirmou a participação da Argentina nesta primeira Missão Comercial Conjunta Argentina-Brasil à cidade do Cairo, que ocorrerá ainda neste ano e terá como foco os setores de alimentos, bebidas, equipamentos, partes e peças, têxteis e calçados e higiene pessoal, entre outros.
Ainda durante a visita à ACSP São Paulo, ela participou de uma reunião de trabalho entre a comitiva argentina e representantes de entidades de comércio exterior de São Paulo. “Temos uma grande oportunidade para trabalhar em conjunto, ambas as nações, as empresas, em um projeto que permita o crescimento de todos”, frisou a chanceler.
“A Argentina enfrenta uma situação macroeconômica extremamente ruim. Estamos tentando reduzir a inflação, o déficit, abrir a economia, eliminar a emissão monetária, pagar as dívidas, desregulamentar a economia e, acima de tudo, permitir que cada empresa, cada pessoa, possa ter sua própria atividade sem que seja delimitada ou definida pelo governo”, ressaltou.
RELAÇÃO COM O EMPRESARIADO
A chanceler destacou, ainda, que o objetivo é mudar a relação com o empresariado. “Nossas empresas, pequenas ou grandes, até agora estavam restritas por uma situação econômica em que o governo decidia o que poderia ser vendido, a que preço, para quem, quando se poderia cobrar e pagar, isso com o setor externo ainda mais complicado. Estamos removendo muitas dessas regulamentações. O objetivo é eliminá-las todas”.
A agenda teve início segunda-feira (15), em Brasília, com encontros com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
COMÉRCIO BILATERAL
A corrente de comércio entre Brasil e Argentina somou, em 2023, US$ 28,7 bilhões, movimentando US$ 16,7 bilhões em exportações e US$ 12 bilhões nas importações.
No ano passado, os argentinos fecharam como o terceiro maior parceiro brasileiro, atrás apenas dos EUA (2º) e da China (1º). Já o intercâmbio comercial entre o Estado de São Paulo e a Argentina registrou US$ 8,6 bilhões, com US$ 6,7 bilhões em exportações e US$ 1,9 bilhão em importações.
Fontes: ACSP São Paulo e Ministério das Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina
Fotos: José Olival