Não é coincidência. As primeiras colocadas no ranking de 2019 das “100 melhores cidades para fazer negócio com população superior a 100.000 habitantes”, elaborado exclusivamente para EXAME pela consultoria Urban Systems, contam com uma Associação Comercial atuante.
Com o título “Nas melhores cidades para fazer negócios, riqueza atrai riqueza”, a revista Exame detalha como São Caetano do Sul, na região do ABCD Paulista, saiu de uma das mais profundas recessões brasileiras, que atingiu em cheio a indústria automotiva brasileira, então base da economia sul-caetanense, para liderar o ranking.
Mas não é apenas São Caetano, que conta com a atuação elogiável do presidente Moacir Passador Jr. e de toda equipe da Aciscs. Nas 20 primeiras posições estão: São Paulo (3º), Barueri (4°), Santos (5º), Osasco (8°), Campinas (9º), Paulínia (10°), Jundiaí (13°) e Presidente Prudente (17º) e Santana de Parnaíba (20º). Dez das 20 mais bem colocadas são de São Paulo.
O mais novo ranking da EXAME/Urban Systems comprova mais uma vez que a Associação Comercial, quando alinhada aos interesses dos associados e empreendedores, pode ter influência direta no desenvolvimento econômico e social do município.
O desempenho alcançado pela rede de Associações Comerciais reforça cada vez mais a nossa missão de lutar pelas liberdades individuais, pelo apoio à livre iniciativa, pela unidade da classe empresarial e pela garantia da democracia e do desenvolvimento.
Leia um trecho da reportagem da revista EXAME, escrita por Humberto Maia Junior:
Um dos berços da indústria automotiva no Brasil, a cidade de São Caetano do Sul, localizada na região metropolitana de São Paulo, tinha 9.944 empregos nas fábricas locais de carros e autopeças em 2014. Passados cinco anos e uma das mais profundas recessões do Brasil, o número caiu para 1.100. A queda brutal teve impacto na economia de São Caetano do Sul, onde o setor automotivo representava quase 10% dos empregos. Mas a cidade vem passando por um processo de diversificação da economia, atenuando parte dos efeitos da crise. De 2014 a agosto deste ano, o total de postos formais diminuiu de 113.000 para 109.000. Apesar de não ter recuperado o nível pré-crise, os sinais são animadores. Os empregos que exigem ensino superior cresceram 8% em 2017. De 2016 para 2017, o número de empresas instaladas na cidade aumentou 3,5%, com destaque para as dos setores de saúde e de construção civil — este último registrou alta de 50%.
A capacidade de crescimento em meio à adversidade foi o que alçou São Caetano do Sul à liderança do ranking de 2019 das 100 melhores cidades para fazer negócio com população superior a 100.000 habitantes, elaborado exclusivamente para EXAME pela consultoria Urban Systems. A cidade do ABC paulista superou Vitória, a capital capixaba, campeã de 2018, quando São Caetano do Sul ficou em segundo lugar. São Paulo repetiu o desempenho do ano passado e mantém a terceira colocação. Elaborado desde 2014, o levantamento analisa 27 indicadores, agrupados em desenvolvimento econômico, capital humano, desenvolvimento social e infraestrutura.
A edição deste ano permite um olhar sobre um período singular. Ao longo dos seis levantamentos, o Brasil passou da euforia à recessão — e, por ora, enfrenta uma lenta retomada da economia. Nesse sentido, as melhores cidades para fazer negócio são aquelas que consistentemente investiram em políticas públicas e souberam explorar suas vantagens. “As empresas querem se instalar em lugares com profissionais qualificados, com boa infraestrutura e com qualidade de vida elevada”, afirma Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems.
São Caetano do Sul reúne em boa medida esses predicados. A começar pelo setor educacional. A cidade é uma das poucas no país a ter uma universidade pública bancada com recursos da prefeitura e cursos como engenharia, ciência da computação e medicina. Mas os investimentos no ensino abrangem desde os ciclos iniciais. Os 20.000 alunos da rede municipal recebem tablets para uso em sala de aula. Em agosto, a prefeitura firmou uma parceria com o Google para empregar nas aulas ferramentas da empresa de tecnologia. O município gasta, em média, quase 2.800 reais por habitante com educação, quase o triplo de Vitória, que lidera a categoria capital humano no ranking da Urban Systems. O grande diferencial, porém, está na pujança econômica. São Caetano do Sul tem um PIB per capita de 83.656 reais por ano, ante 30.407 da média nacional. E tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país, 0,86, ante 0,50 da média brasileira.
É verdade que esses indicadores retratam um município de 160 000 habitantes, basicamente ocupado por classe média e cercado por bolsões de pobreza de cidades vizinhas, como São Bernardo do Campo e a própria capital paulista. Mas foi a prosperidade de São Caetano do Sul que atraiu a Rede D’Or para a cidade. Em junho de 2017, o grupo abriu ali uma unidade do Hospital São Luiz com 15 andares e 300 leitos, num investimento de 350 milhões de reais. Segundo Maurício Uhle, diretor regional do ABC da Rede D’Or, dois fatores foram fundamentais para a decisão: o poder aquisitivo da população, que tem alto índice de cobertura de plano de saúde (quase 620 por 1.000 habitantes, três vezes a média nacional); e o potencial de a cidade se tornar uma referência em saúde para a região. “A cidade é pequena, mas, por causa dos municípios no entorno e da alta renda, vimos que precisávamos estar aqui”, diz Uhle.
A presença do São Luiz deve fomentar a criação de uma cadeia no setor de saúde, mas a cidade do ABC não está disposta a perder mais empregos no setor automotivo. Em janeiro, a General Motors, que tem fábrica em São Caetano do Sul, ameaçou sair do Brasil caso não voltasse a ter lucro. Em março, a ameaça foi revertida após intervenção do governador João Doria (PSDB), que concedeu incentivos fiscais para garantir a permanência da montadora. “Nunca vamos abrir mão de nossa vocação industrial, mas temos estimulado o crescimento de outros segmentos empresariais”, diz o prefeito José Auricchio Junior (PSDB).
A reportagem completa pode ser acessada no link: https://exame.abril.com.br/revista-exame/riqueza-atrai-riqueza/
Fonte: Revista Exame
Reportagem de Humberto Maia Junior