Os impactos da pandemia de coronavírus na indústria do Alto Tietê já podem ser medidos também pelo desempenho da balança comercial. Dados do primeiro quadrimestre divulgados pelo CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo mostram uma retração de 13% na corrente de comércio exterior em relação ao mesmo período do ano passado, resultado do decréscimo de 20,5% nas exportações e de 7,9% nas importações da Região.
No primeiro quadrimestre de 2020, o saldo da balança comercial na área da Diretoria do CIESP Alto Tietê, que inclui oito municípios (Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano), é de – US$ 129,7 milhões, enquanto entre janeiro e abril do ano passado, foi de – US$ 95 milhões. O Alto Tietê está no bloco das 16 regiões industriais do Estado que registram saldo negativo na balança comercial.
“Diante das dificuldades geradas pela pandemia na economia do Brasil e do restante do mundo, o impacto na balança comercial era esperado. No caso do Alto Tietê, a situação agravou um quadro que já não era bom, com a redução mais acentuada das exportações. Com menos negócios em outros países, sobra mais para o mercado interno, onde as vendas caíram significativamente a partir de março”, avalia José Francisco Caseiro, diretor do CIESP Alto Tietê.
Em 2019, o Alto Tietê exportou US$ 330,1 milhões entre janeiro e abril. Já no mesmo período deste ano foram US$ 262,4 milhões em vendas principalmente para Estados Unidos (18,6% do total exportado), Argentina (14,8%), China (6,9%), Paraguai, México, Ilhas Cayman, Colômbia, Peru, Chile e Reino Unido, que absorveram 70% da produção regional. Dentre esses destinos, quatro compraram mais do que no primeiro quadrimestre do ano passado: China (38,3% a mais), México (34%), Ilhas Cayman (acima de 500%) e Colômbia (3,5%).
Os principais produtos exportados pela Região foram papel e cartão (30,3%), máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (13%) e pastas de madeira (7,2%), além de plásticos e suas obras; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; veículos automóveis e tratores; vidro e suas obras; sabões, agentes orgânicos de superfície; gorduras e óleos animais ou vegetais; e produtos farmacêuticos.
As importações no primeiro quadrimestre de 2020 somaram US$ 392,2 milhões, enquanto no mesmo período do ano passado foram US$ 425,6 milhões. A indústria do Alto Tietê comprou no mercado externo principalmente produtos farmacêuticos (22,1%), produtos químicos orgânicos (14,8%) e máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (13,8%), assim como plásticos e suas obras; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; instrumentos e aparelhos de óptica; tintas e vernizes; produtos químicos inorgânicos; papel e cartão; e produtos diversos das indústrias químicas.
As compras do Alto Tietê tiveram como principais origens Alemanha (17,5%), China (15,3%) e Estados Unidos (14,4%), além da França, Japão, Irlanda, Espanha, Itália, México e Índia.
Das 39 Diretorias Regionais do CIESP, 23 registram saldo positivo na balança comercial no primeiro quadrimestre de 2020, enquanto em 16 – incluindo Alto Tietê – a variação foi negativa.
“A pandemia refletiu diretamente na participação brasileira no mercado externo. Para ter uma ideia, a quantidade de automóveis exportada caiu mais de 40% e os reflexos disso na produção industrial são grandes. Esse é só um exemplo. A expectativa é de que com a retomada das atividades em outros países e a flexibilização de alguns setores no Brasil, comece um movimento de melhora gradual no desempenho da balança comercial, mas temos um longo caminho a ser percorrido”, conclui o diretor do CIESP Alto Tietê.