O conselho que forma a Brazilian Chamber of Commerce (BCC) se reuniu pela primeira vez, nesta quarta-feira (21), e marcou o lançamento deste braço internacional da CACB, que tem como missão apoiar as vendas internacionais das pequenas empresas. Nas palavras do presidente da CACB, Alfredo Cotait, o objetivo é que o conselho junte esforços.” O objetivo não é aumentar a receita, mas sim o número de empresas exportadoras”.
A “força-tarefa” é formada por conselheiros e cooperadores de 26 órgãos públicos e privados que, de alguma forma, são envolvidos com o mercado internacional e com micro, pequenas e médias empresas. Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revelou que as micro e pequenas empresas são responsáveis por menos de 1% do valor exportado pelo Brasil. Marcela Carvalho, secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), colegiado que reúne 10 ministérios, enxerga a “capilaridade e a transversalidade” da CACB como uma grande vantagem para melhorar esse quadro.
A Brazilian Chamber of Commerce vai funcionar com base operacional no Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (Ceciex), entidade que acelera o acesso de pequenas empresas ao comércio internacional e que teve como berço a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A partir daí, fará um ponto de conexão entre as federações estaduais, associações comerciais, empresas, empresários e investidores oferecendo apoio e serviços. Maurício Manfré, coordenador de Relações Internacionais da CACB, explica que a ideia é “criar um ambiente em que se apresentem ofertas de demandas, um ambiente para podermos nos ajudar colocando o setor privado à disposição do público”.
Representando o Ministério de Relações Exteriores, o diplomata Durval Carvalho contou que o Itamaraty não só tem informações sobre os mercados internacionais, mas conhece as realidades de regiões dos países. Ele explicou que há estrutura para “fazer o chão de feira, mas muitas vezes, o produtor não consegue pagar uma estadia de cinco dias no país, o que causa uma frustração”.
De acordo com Frederico Lamego, superintendente da Unidade de Negócios Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), um caminho a ser trilhado é olhar para mercados onde “de fato as pequenas e médias empresas podem ser competitivas” e citou a América Latina, a África e o Oriente Médio. Ivan Tonet, gerente das Unidades de Acesso a Mercados do Sebrae, acredita que o potencial é muito maior do que o alcance atual. “Um estudo realizado a partir de análise da Classificação de Atividade Econômica (Cnae) mostra que atualmente 11.450 pequenas empresas exportam, mas é possível enxergar potencial em outras 364 mil”.
Pontuando as falas ao longo do encontro, Alfredo Cotait defendeu mais uma vez a criação de um ministério para desenvolver o comércio exterior como política do país dando ao segmento o “peso que ele merece: “O Brasil é um continente e merecia ter uma participação muito maior no mercado exterior. Espero contar com todos os presentes para essa pauta unificada”.
Fonte: CACB