A exposição “Oh! Terra Encantada”, com acervo de fotos históricas sobre São João e sua gente, terá sua abertura nesta quinta-feira (9), às 19h30, no auditório e no Centro de Convivência da UNIFAE. O evento é uma parceria do Centro Universitário com a Associação Comercial de São João da Boa Vista, como presente à comunidade nas comemorações dos 200 anos de sua fundação.
A referência remete ao refrão do hino da cidade, em letra da Profa. Lucila Martarello Astolfo e música de Fábio Noronha. A disponibilidade digital do acervo é resultado do Projeto de Iniciação Científica “Oh! Terra Encantada, Comunicação, História e Memória”, apresentado pelo curso de Publicidade e Propaganda para a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeq).
Desde 2023, a aluna Nicoly Gomes Serrano, sob supervisão do Prof. Dr. José Dias Paschoal Neto, ampliou a organização e catalogação de quadros, fotos, negativos em papel e vidro recebidas, em 2017, como doação da Procultura Incubadora Cultural.
Quase 600 imagens foram digitalizadas, selecionadas e organizadas em pastas temáticas que guardam registros de, pelo menos, quatro gerações de fotógrafos e, alguns cliques, sem autoria confirmada. Fotos que ilustram as mudanças nas paisagens da cidade, momentos diferentes de vários espaços, como prédios, ruas, avenidas e acontecimentos que possibilitam olhares sobre as transformações sociais ocorridas desde o século XIX. Pelo site do acervo, as pessoas serão convidadas a colaborar na identificação das fotos.
“Com a colaboração de todos, construímos a memória coletiva de nossa amada cidade. Desde o primeiro momento que fiquei responsável pelo acervo, a meta sempre foi organizar o material, não só para preservá-lo, mas, especialmente, possibilitar o acesso da coletividade a seu conteúdo, ofertando oportunidade de múltiplos usos como sempre foi o desejo de seus idealizadores e, também, é compromisso da UNIFAE como instituição pública”, afirma Paschoal Neto.
Nicoly, que está no terceiro período de PP, diz que sempre buscou aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas. Ao descobrir a possibilidade de participar de um projeto de iniciação científica, motivou-se a integrar nesse universo da pesquisa e do aprendizado. “Esta experiência tem me proporcionado um vasto conhecimento, principalmente na área que tanto aprecio, a fotografia e a preservação da memória”, relata.
Hugo Maciel, professor assistente do projeto, diz que participar do projeto é voltar anos no tempo e reviver um pouco da linda história de São João. “Trabalhar com fotos antigas, negativos de vários tipos de câmeras, quadros de personagens hoje eternizados com seus nomes nas ruas da cidade e até negativos em vidro está sendo uma experiência inédita e muito rica. A tecnologia nos tem ajudado muito na digitalização e organização do acervo. Muita pesquisa para encontrar a melhor forma de extrair o máximo de qualidade desse acervo. Me sinto honrado em fazer parte desse belo projeto e colaborar com o resgate de um material tão precioso da nossa tão querida Terra Encantada”, detalha.
Para o Reitor, Prof. Dr. Marco Aurélio Ferreira, a UNIFAE sempre se preocupou no resgate da cultura e história sanjoanense. “Faz parte da missão do Centro Universitário trabalhar com a cultura local em todas as vertentes. Mais importante é colocar alunos e professores em contato com esse processo. Todos, de forma direta e indireta, estão de parabéns pela homenagem a nossa cidade”, destaca.
O presidente da ACE São João, Candido Alex Pandini, ressaltou que a Associação Comercial tem o dever de valorizar a cidade, relembrando momentos históricos para o desenvolvimento local. "Quando fomos convidados para sermos parceiros desta ação, não pensamos duas vezes. É uma linda homenagem aos 200 anos de São João da Boa Vista com fotos históricas que mostram momentos marcantes da cidade, da cultura, e do povo sanjoanese", disse Alex.
HISTÓRIA
O advogado Francisco de Assis Bezerra, que, ao lado de sua companheira de vida, a psicóloga Lucia Elena Figueiredo Bezerra, foram donos da extinta livraria Papyrus e gestores do Procultura. Eles lembram que a cidade “quase” perdeu todo este rico material, que estava em poder do Sr. Dino Gianelli e ia ser vendido para um interessado de Poços de Caldas-MG. “Sabendo disso, conversei com o Rodolfo Galvani, que ciente no legado que ele representava, disse que compraria o acervo, doando para a preservação da memória e organização das imagens”, lembra. Isso foi em 1996.
“Quando decidimos fechar a Papyrus, pesquisamos muito para saber a quem doar o acervo. E a UNIFAE, com o projeto História Viva e outras ações de produção de fotos, vídeos e documentários, já estava entre os selecionados. Tivemos a certeza de que o acervo não só seria bem cuidado, mas ampliaria sua utilização para a educação”, lembra Bezerra.