O início do ano marca a volta às aulas, período que movimenta o comércio mogiano. Para esse ano, a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) estima uma alta nas vendas entre 5% e 10% em comparação com o mesmo período de 2023. Uma das tendências sentidas pelo setor é a compra remota dos itens e a preferência por produtos de boa qualidade, mas sem priorizar as marcas.
A busca dos pais pelos materiais escolares teve início nos primeiros dias de janeiro, mas o movimento mais intenso foi registrado na última semana e deve se estender pelos próximos dias. O vice-presidente da ACMC, Roberto Assi, explica que o perfil de consumo foi alterado pós-pandemia. “A maioria dos pais tem enviado os pedidos pelos aplicativos de mensagem e tem optado pelo serviço de retirada ou entrega, o número de compras presenciais reduziu muito em comparação com anos anteriores. Esse é um hábito que se popularizou durante a Covid-19 e uma tendência que chegou para ficar, e os comerciantes precisam se adaptar”, analisa.
Atuando no setor de papelaria há mais de quatro décadas, Assi destaca que parte dos materiais das listas está sendo substituída pelos pais por itens dos anos anteriores. “As escolas devolvem os materiais que não foram utilizados e as pessoas recuperam os produtos, o que ajuda a reduzir a lista. Mesmo com esse reaproveitamento, estamos otimistas com as vendas para esse ano, pois há o desgaste e a reposição natural dos itens”, observa.
De olho nos valores dos materiais escolares, que são pressionados pela alta carga tributária, os pais buscam encontrar soluções para economizar. “Os clientes procuram materiais de qualidade, mas não estão priorizando as marcas, fenômeno que também é vivido pelos supermercados. Além disso, a maior parte dos pais deixa os filhos em casa ou pré-estabelece um limite de escolhas para as crianças. Alguns materiais são priorizados na hora da compra, como o caso dos lápis de cor, canetas hidrográficas e esferográficas”, aponta o vice-presidente.
Dados do Impostômetro – ferramenta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) -, calculados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), apontam que a caneta lidera o ranking dos produtos mais taxados com 49,95% de seu valor formado apenas por tributos. Em seguida, aparecem a tesoura, as réguas, a agenda escolar, o apontador e a borracha com 43,19% cada.
“Tributar em 40% ou 50% os materiais escolares é um absurdo, por se tratar de Educação, algo essencial, os produtos deveriam ser isentos de impostos”, aponta Assi. A pesquisa de preços é indicada pelo vice-presidente como a principal forma dos pais economizarem.
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