Associação Comercial de SP pede à prefeitura e ao Estado regras para manifestações na Rua Boa Vista

Diante das recorrentes manifestações na Rua Boa Vista, no centro da cidade, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) enviou ontem (13/7) ofícios ao prefeito João Doria e ao governador Geraldo Alckmin para que atuem em conjunto no “estabelecimento de regras claras e rígidas para os que querem fazer reivindicações ou protestos” na rua em questão.

Para a entidade, as manifestações na Boa Vista exigem urgentes providências porque têm atrapalhado o trânsito e o pleno funcionamento das atividades econômicas da região, tão fundamentais para um país que se recupera de uma crise recessiva.

Os documentos, assinados pelo presidente da ACSP Alencar Burti, destacam que a entidade considera legítimo o direito a manifestações, mas que tal direito não pode se sobrepor ao dos cidadãos de realizarem suas atividades econômicas e de se locomoverem, devendo haver uma conciliação para a preservação de ambos.

“É preciso que normas sejam estabelecidas quanto a locais, dias e horários que as manifestações podem ser realizadas de forma que não paralisem a vida da cidade, ou de uma região”, propõe a ACSP.

Em outro trecho, a Associação Comercial de São Paulo pontua que “serviços essenciais como bombeiros, ambulâncias, segurança pública são afetados pelos bloqueios da via”, ressaltando ainda que, em junho, uma ocupação da Rua Boa Vista durou três dias, “gerando a sensação de desamparo a todos os que foram afetados ”.

Veja o ofício na íntegra:

São Paulo, 13 de julho de 2017.

OF.SG.118/17

Senhor Prefeito,

A Associação Comercial de São Paulo - ACSP pede vênia para solicitar a atenção de Vossa Excelência para o que segue.

A Rua Boa Vista se tornou nos últimos meses objeto de frequentes manifestações de grupos autodenominados movimentos sociais que, a pretexto de reivindicarem “direitos” ou se posicionarem contra medidas, projetos ou propostas governamentais, invadem o leito dessa via provocando a total paralisação do trânsito em toda área central.

Essas manifestações provocam graves prejuízos não apenas para as atividades econômicas, como para as pessoas que precisam se deslocar na região para qualquer finalidade. Destaque-se que inclusive serviços essenciais como bombeiros, ambulâncias, segurança pública são afetados pelos bloqueios da via, devendo-se ressaltar que, ao final de junho, a ocupação durou três dias, gerando a sensação de desamparo a todos os que foram afetados em seus negócios ou necessidades de deslocamento pela região.

Embora tais problemas ocorram também em outras vias e locais, a frequência com que tem se repetido na Rua Boa Vista exige urgentes providências.

A ACSP considera que o direito a manifestações é legítimo, mas não pode se superpor ao dos cidadãos de realizarem suas atividades econômicas ou de locomoção, devendo haver uma conciliação para a preservação de ambos, através do estabelecimento de regras claras e rígidas para os que querem fazer reivindicações ou protestos. É preciso que normas sejam estabelecidas quanto a locais, dias e horários que as manifestações podem ser realizadas de forma a que não paralisem a vida da cidade, ou de uma região.

Pode-se observar que muitas dessas manifestações exigem uma logística altamente complexa e onerosa, o que demonstra a necessidade de tempo e recursos para sua organização, o que revela não serem improvisadas, mas preparada com antecedência, o que permitiria a exigência de comunicação ou autorização prévia das autoridades envolvidas.

A Associação Comercial de São Paulo - ACSP toma a liberdade de sugerir que Estado e Prefeitura possam atuar em conjunto na solução desse problema, que a cada dia fica mais grave, pela frequência com que se repete ou pela abrangência que vem tendo, e que atinge não apenas as atividades econômicas e o direito de circulação da população, mas, também, a própria imagem da cidade e de suas instituições.

Respeitosamente,

Alencar Burti
Presidente