Em mais um ano de queda, o uso de cheques caiu 23,7% no Brasil em 2021 na comparação com o ano anterior, de acordo com levantamento divulgado em meados de janeiro último, pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Foram compensados 218,9 milhões de cheques no ano passado, com valor total de R$ 667 bilhões, 0,22% menor que o registrado em 2020. O total de cheques compensados no ano passado representa uma fração dos 3,3 bilhões compensados no País em 1995, primeiro ano da série e também o que teve a maior quantidade de documentos compensados.
Mesmo com a queda e com o desuso, o cheque ainda é uma moeda corrente no comércio garcense.
De acordo com o superintendente da Associação Comercial e Industrial de Garça (ACIG), Fábio Dias, ano a ano o uso do cheque vem diminuindo, principalmente com a entrada de outros serviços bancários. No entanto ele reconhece que a emissão de cheque na cidade, ainda norteia muitos pagamentos.
“A entrada de outros serviços bancários, como o PIX, e até a proliferação dos cartões de crédito e as muitas bandeiras, foram ocupando o espaço que era utilizado pelo cheque, mas não é difícil encontrar quem ainda utiliza essa forma de pagamento”, disse ele.
Segundo Dias, Garça conta com uma extensa área rural e uma grande parte dos trabalhadores recebem seus vencimentos em cheque. Ainda segundo ele, alguns supermercados trabalham com o cheque pré-datado.
“Viemos dessa tradição. Os proprietários rurais faziam seus vencimentos com cheques e os supermercados têm, inclusive, cadastros desses clientes que usam o cheque pré-datado. É um vínculo positivo entre o comerciante e o consumidor e uma forma de evitar os cheques sem fundos, que ficaram conhecidos como voadores”, disse Dias.
Outro ponto lembrando pelo dirigente, são os cheques para pagamentos, por exemplo, de álbuns de formatura.
“Sabemos que o uso, a cada ano, será diminuído, mas por enquanto, ainda será uma moeda corrente na cidade”, disse ele.
Segundo a Febraban, em 26 anos, o número de cheques caiu 93,4%, diante do avanço de meios eletrônicos de pagamento. Ao longo do período, as estatísticas compiladas pela Febraban a partir do Serviço de Compensação de Cheques (Compe) mostram quedas em quase todos os anos, com poucas exceções.
Em comparação, no primeiro ano de funcionamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos colocado no ar pelo Banco Central em novembro de 2020, foram 7 bilhões de transações, com volume financeiro de R$ 4 trilhões. A última edição do Radar Febraban mostrou que 71% dos brasileiros já utilizam o Pix.
A menor utilização dos cheques também levou a uma redução de outros números relacionados ao meio de pagamento. Em 2021, foram devolvidos 18,6 milhões de cheques, queda também de 23,7% em relação ao ano anterior. O total de cheques sem fundos caiu de 15,2 milhões para 13,6 milhões entre 2020 e o ano passado.