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BNDES prepara ‘cartão de crédito’ para PMEs

Notícias 31 de janeiro de 2024

Com informações de O Estado de S. Paulo 

Depois de prever R$ 250 bilhões ao novo plano industrial do governo , o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara dois anúncios direcionados a micro, pequenas e médias empresas. Um deles é a nova versão do cartão BNDES, que passa a contar com garantias do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), abastecido com recursos públicos. E o segundo é uma linha em parceria com o Sebrae, que terá o potencial de emprestar até R$ 8,4 bilhões. 

“Esse cartão (BNDES) precisa ser modernizado. Primeiro, ele vai se tornar um cartão digital, que pode ser aprovado em segundos, e não em dias”, afirmou ao Estadão o diretor financeiro e de crédito digital para micro, pequenas e médias empresas da instituição, Alexandre Abreu. “E, segundo, os bancos tiveram muita inadimplência com ele no passado. Então vamos colocar o FGI para garantir.” 

Ao contratar o cartão ao FGI, com fundo focado em empresas de menor porte, o banco emissor passará a dividir o risco com o Tesouro Nacional, que honrará até 80% do valor da dívida em caso de inadimplência. Abreu não revela qual a expectativa de concessão com a mudança no formato, mas diz “que vai aumentar muito” e “de forma geométrica”. 

Atualmente, há 871,5 mil cartões ativos, que também podem ser solicitados por MEIs, os microempreendedores individuais. Em 2023, no total, eles movimentaram R$ 616,2 milhões. 

O funcionamento é semelhante ao de um cartão de crédito, mas com cifras e prazos maiores. O banco parceiro emite o cartão, cujo limite é de até R$ 2 milhões por cliente. Com o dinheiro, é possível comprar máquinas e equipamentos nacionais pré-definidos, que podem ser pagos em até quatro anos. Apesar do limite elevado, o bilhete médio, segundo o BNDES, fica abaixo de R$ 100 mil. 

Questionado se o valor disponível no FGI atualmente, de cerca de R$ 500 milhões, será suficiente para garantir eventuais calotes com o cartão, Abreu afirma que o banco tentará “sensibilizar” o governo para a necessidade de novos transportes. 

“É uma boa estratégia, do ponto de vista do Estado brasileiro, aportar recursos no FGI. Porque se estimula a economia com uma eficiência muito grande, de 1 para 12 (de alavancagem) . Se colocar R$ 1 bilhão no fundo, por exemplo, serão R$ 12 bilhões (de potencial de crédito) ”, diz o diretor, que presidiu o Banco do Brasil entre 2015 e 2016, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. 

O cenário fiscal atual, porém, poderá inviabilizar esses novos transportes do Tesouro. Isso porque a equipe econômica ainda tenta manter o pé a meta de déficit zero em meio a um forte crescimento das despesas obrigatórias, que consomem boa parte do Orçamento. 

Além disso, o aumento do crédito via BNDES vem sendo acompanhado com lupa no atual governo Lula devido às restrições das contas públicas e ao temor da retomada de estratégias mal executadas no âmbito dos bancos públicos

Linha em parceria com o Sebrae

Enquanto o lançamento do novo cartão BNDES poderá ficar apenas para o segundo semestre, a linha de crédito em parceria com o Sebrae deverá começar a operar no curto prazo, daqui a cerca de dois meses. O mecanismo será o mesmo dos financiamentos atrelados ao FGI; mas, em vez de dinheiro do governo, esse fundo específico terá recursos do próprio Sebrae e do BNDES. 

“A cada R$ 5 que o Sebrae colocar, o BNDES vai botar R$ 1. E aí vamos criar um fundo, que vai fazer exatamente o que o FGI faz: vai garantir a liberação de empréstimos. Só que o foco seja nas micro e pequenas empresas, não vai ter média”, explica Abreu. 

Segundo ele, o fundo que deverá chamar o FGI Sebrae terá cerca de R$ 700 milhões, sendo 20% aportado pelo BNDES, e poderá alavancar aproximadamente R$ 8,4 bilhões em crédito. O Sebrae também realizará parcerias com outros bancos, conforme já anunciado pela entidade, o que fará com que a linha de crédito alcance R$ 30 bilhões até 2026. 

Fonte:

https://www.estadao.com.br/economia/bndes-cartao-credito-pmes-sebrae-tesouro/

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