Com o apoio da ACIF, empresários querem o retorno das vagas de estacionamento no Centro de Franca

O retorno das vagas de estacionamento no Centro de Franca voltou à pauta de reivindicações dos empresários. Um grupo formado por associados da ACIF lidera um movimento pelo cancelamento da medida que extinguiu 329 vagas nas ruas da região central. Em apenas cinco dias, os empresários conseguiram mais de 5 mil assinaturas de populares que serão encaminhadas ao prefeito pela ACIF. Na manhã desta quarta-feira, cerca de 300 empresários e seus funcionários lotaram o auditório da Entidade para entregar o abaixo-assinado.

O presidente da ACIF José Alexandre Carmo Jorge foi procurado pelo grupo no início do mês e várias reuniões aconteceram nos dias 5, 7, 10 e 12. O movimento também ganhou apoio do Sindicato dos Empregados no Comércio de Franca e Região, da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), do Sindicato do Comércio Varejista de Franca), do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), da Aerf (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região de Franca) e da Assescofran (Associação das Empresas de Serviços Contábeis de Franca e Região).

Pelo abaixo-assinado, os empresários e as pessoas que frequentam o Centro solicitam a suspensão do ato administrativo que suprimiu as vagas de estacionamento até que a Prefeitura promova um novo estudo para a solução da questão, com a efetiva participação da sociedade civil organizada. A expectativa do grupo é ultrapassar 10 mil assinaturas.

Segundo José Alexandre, a medida de supressão das vagas agilizou o trânsito, mas, por outro lado, atingiu duramente a economia local, pondo em risco a estabilidade dos negócios e ameaçando o emprego de milhares de pessoas. “O Centro da cidade é patrimônio de toda a população e não pode sofrer as consequências de uma decisão unilateral, que foi tomada sem que a comunidade diretamente atingida e a sociedade em geral fossem devidamente consultadas”, ressalta.

Além disso, a redução das vagas acarretou no aumento do preço dos estacionamentos particulares e também da área azul, onerando o acesso da população à região. “Esses aumentos estão beneficiando apenas um setor em detrimento de outros”, afirma João Cheade, vice-presidente da ACIF, lembrando que o ano é desfavorável para os comerciantes por conta do Carnaval em março, Copa do Mundo e Eleições.

Ainda de acordo com José Alexandre, é importante ressaltar que o Centro não é formado apenas de comércio, mas também de serviços como restaurantes, hotéis, bancos, escritórios, consultórios, entre outros. Para muitas famílias francanas, o local oferece lazer. “É preciso considerar também que as ruas centrais não podem ser vistas como corredores de passagem entre os bairros, mas, sim, como destino da população pela diversificação de sua economia”, diz.

Outra preocupação dos empresários é em relação ao aumento da criminalidade e da violência, e da possibilidade de desvalorização imobiliária e degradação da área central. “Buscamos incessantemente, por todos os meios possíveis, alertar e dialogar sobre o tema com a Prefeitura em busca de soluções globais que envolvem a manutenção da economia, empregos, segurança, lazer e fluidez do trânsito”, finaliza José Alexandre.

A ACIF deve entregar ainda nesta semana um ofício ao prefeito com o abaixo-assinado. 

Entenda o caso

As 329 vagas de estacionamento no Centro foram cortadas pela Prefeitura de Franca em agosto do ano passado com o objetivo de melhorar o trânsito na região. Após a medida, várias reuniões foram realizadas entre a ACIF e seus associados e, simultaneamente, entre a ACIF e o Executivo.

Neste período, as vendas caíram significativamente. Alguns comerciantes registraram até 40% de queda nas vendas.

No dia 13 de novembro o prefeito autorizou a retomada parcial das vagas com horários alternativos: das 16h às 9h, de segunda a sexta-feira, e livre aos sábados, domingos e feriados. A maioria dos lojistas não concordou com a decisão do prefeito. Às vésperas do Natal, os empresários aceitaram a medida imposta, mas sob protesto.

Mesmo sendo a melhor época para o comércio, dezembro não alavancou as vendas e a presença de pessoas e consumidores na região central só diminuiu. Para continuar com as portas abertas, muitos empresários chegaram a demitir funcionários.

Em 9 de janeiro, o presidente da ACIF se reuniu novamente com o prefeito para discutir o assunto e também a revitalização do Centro. No entanto, nada mudou. 

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