O comércio mogiano terminou o ano com um saldo positivo de 872 empregos. De janeiro a novembro, o setor gerou 9.108 postos de trabalho enquanto outras 8.236 pessoas foram dispensadas. O resultado foi registrado em ano marcado pelo início da retomada econômica. Para a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), o avanço da vacinação foi o fator decisivo para os resultados alcançados ao longo do ano. No entanto, mesmo com o aumento das vendas registrado nas principais datas do varejo, o índice ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.
Para 2022, a entidade espera um crescimento mais consistente e contínuo, mas ressalta que é necessário suporte por parte dos governos para que os empreendedores possam superar o período e voltarem a crescer.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ao longo de 2021, o setor registrou apenas três saldos negativos de emprego, nos quais em janeiro, março e abril, primeiro semestre que enfrentou as restrições mais severas geradas pela pandemia.
Mesmo com o crescimento que, ao primeiro momento pode parecer tímido, o número é muito diferente do registrado no ano passado, quando nos primeiros onze meses, 7.124 pessoas foram contratadas, mas outras 7.403 perderam seus empregos, o que gerou um saldo negativo de 279 postos de trabalho. Em 2020, foram registradas mais demissões que contratações em cinco dos onze meses analisados.
A presidente da ACMC, Fádua Sleiman analisa que o crescimento das vendas começou a ser sentido de forma mais contundente a partir de abril, quando as regras do Plano São Paulo começaram a ser flexibilizadas. No entanto, ela lembra que mesmo com os bons resultados, os índices ainda estão abaixo de 2019. “Para o Natal, que é a melhor época para o comércio, projetamos uma alta de até 8%, mas esse percentual é 2% menor do que o registrado em 2019”, exemplifica.
Fádua afirma que as expectativas para 2022 são positivas, mas as projeções têm que ser feitas com cautela. Em decorrência do avanço da vacinação, outras atividades econômicas começaram a ser retomadas, o que aumenta o nível de emprego e consequentemente, o poder de compra. “Ainda estamos na pandemia, enfrentamos uma nova variante que ainda não temos a dimensão de seu alcance, o que acende um sinal de alerta”, observa.
Para a presidente é preciso um esforço conjunto entre os poderes públicos para auxiliar a retomada do comércio. “É necessário criar mecanismos para auxiliar o empreendedor que conseguiu manter as portas abertas durante o período mais crítico da pandemia, mas que hoje acumula dívidas e prejuízos. Essa é a luta da Associação Comercial de Mogi desde o início, flexibilizar pagamentos, reduzir os juros, anistiar tributos e criar linhas de crédito”, reforça.