Índice Nacional de Confiança (INC) marcou 100 pontos em junho – o menor número desde a implantação da pesquisa, em 2005; classe AB e Sudeste nunca estiveram tão pessimistas
São Paulo, 8 de julho de 2015. O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 100 pontos em junho, sinalizando deterioração na forma como o brasileiro enxerga a economia do país. Trata-se do pior resultado desde que a pesquisa foi iniciada, em abril de 2005, e de uma queda de cinco pontos ante o mês anterior. Em junho de 2014, para critérios de comparação, o INC atingiu 140 pontos.
No INC, os valores acima de 100 pontos significam otimismo e, os abaixo, pessimismo.
“A queda na confiança do consumidor tem sido drástica desde o começo do ano. Ele nunca esteve tão perto do campo do pessimismo quanto agora. Por isso, é cada vez mais urgente que a economia receba uma pesada injeção de ânimo para reativar os setores que sofrem com os resultados negativos dos indicadores”, analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Ipsos entre os dias 14 e 30 de junho.
Regiões
Os consumidores da região mais rica do país nunca estiveram tão pessimistas. Em junho, o INC do Sudeste foi de apenas 90 pontos - o pior já registrado. No mês anterior, esse número foi de 97. O Estado de São Paulo é o grande responsável por derrubar os valores da região: o INC do estado atingiu inéditos 80 pontos.
O Sul, por sua vez, cravou 100 pontos em junho ante 107 em maio. Já o Norte/Centro-Oeste teve 109 pontos contra 111 no mês anterior. Por fim, no Nordeste, o INC foi de 111 contra 115, tendo sido novamente a região mais otimista – fenômeno relativamente recente.
“No Nordeste, o consumidor ainda mostra-se confiante, sobretudo, em função dos programas sociais. No Sul, Norte e Centro-Oeste, as quedas podem ser explicadas, em parte, pela depreciação das commodities”, analisa o presidente da ACSP.
Elite pessimista
Na demonstração por grupos socioeconômicos, a classe AB mantém-se como a mais pessimista. Para o conjunto dos consumidores mais ricos, o INC assinalou 81 pontos em junho (84 em maio).
“Por ser a classe com maior poder aquisitivo e também a mais bem informada, esse alto pessimismo deve-se aos seguidos escândalos políticos, que têm trazido instabilidade”, comenta Burti.
Já a classe C marcou 103 pontos (108 em maio) e as classes DE anotaram 109 pontos (116 em maio).
Futuro, emprego e compras
As questões elaboradas pela pesquisa indicam piora generalizada na percepção dos consumidores. Quando perguntados se sua situação financeira atual é boa, apenas 29% responderam que sim (ante 34% em maio). Quando questionados se a situação é ruim, 46% responderam afirmativamente (frente a 40% no mês anterior).
Já em relação ao futuro, a percepção é mais positiva: 39% acreditam que estarão numa situação financeira melhor (em maio, eram 40%). Por outro lado, 25% se veem em um futuro pior (23% em maio).
“Isso, de certa forma, é alentador, porque significa que o brasileiro continua esperançoso. Uma vez que o segundo semestre costuma ser melhor para o comércio, é possível que a situação comece a melhorar no fim do ano”, observa Burti.
Quanto ao emprego, 24% entendem que estão seguros em seus postos de trabalho (26% em maio). Contudo, 46% dos entrevistados acreditam que estão inseguros (ante 41% no mês anterior).
Por fim, a pesquisa quis saber a propensão do consumidor a comprar eletrodomésticos. Apenas 22% pensam em adquirir produtos desse tipo (25% em maio). Ao mesmo tempo, 58% disseram não estar à vontade para comprar eletrodomésticos.
“Nos bens de maior valor, a relação é de 16% mais à vontade e 64% menos à vontade. E isso pode ser visto no atual momento de crise vivido pelos setores de carros e imóveis”, diz Burti.
O INC
A pesquisa foi elaborada a partir de 1.200 entrevistas domiciliares, em 72 municípios do país, por amostra representativa da população brasileira de áreas urbanas (Censo 2010 e PNAD 2013), com seleção probabilística de locais de entrevista e cotas de escolha do entrevistado, ambas baseadas em dados oficiais do IBGE. O INC da ACSP/Ipsos começou a ser elaborado em abril/2005.
Acesse a íntegra do INC com dados nacionais de junho de 2015: INC Brasil
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Renato Santana de Jesus
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