Cresce o número de CPFs com restrição no comércio, diz Acim

O superintendente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), José Augusto Gomes, observou elevação no número de CPFs que passaram a ter restrição no comércio em geral, por estarem em débito com alguma loja da cidade de Marília. Os dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Acim, indicam que nos primeiros seis meses deste ano houve uma elevação na ordem de 37,2% no número de pessoas que deixaram de ter condições de comprar em qualquer loja do País pelo crediário. “Agora esse pessoal só pode comprar pagando a vista”, disse o dirigente mariliense ao receber as estatísticas utilizadas como monitoramento da performance da inadimplência no comércio mariliense.

Nos dados apresentados são 15.083 pessoas que nos seis meses de 2015 não conseguiram quitar as dívidas e tiveram o CPF registrado no SCPC da Acim que detém um sistema nacionalizado, ou seja, envolve todas as lojas do Brasil. “Devendo em Marília o devedor passa a ter restrição em todo o território nacional”, comentou o dirigente da Acim ao lembrar que no ano passado nos seis primeiros meses do ano de 2014 foram registrados apenas 10.987 CPFs, o que faz o índice ser maior em 37,28%. “Em quase todos os seis meses deste ano tivemos elevação”, comparou ao verificar o mês de Junho como sendo o único em que houve queda de (-)2,20%. “O mês de fevereiro foi o maior com 105,47%”, destacou ao justificar se tratar de dívidas ainda relacionadas ao Natal.

As exclusões, ou seja, CPF que foram retirados do sistema também conta com um saldo positivo, porém, de apenas 0,67%. “Não deixa de ser uma boa notícia”, alegrou. “São pessoas que recuperaram a condição de comprar pelo crediário”, explicou José Augusto Gomes ao verificar os 8.539 consumidores que passaram a ter condições de comprar pelo crediário em todo o comércio do Brasil. “No primeiro semestre do ano passado foram registrados 8.482 CPFs excluídos do sistema”, apontou ao fazer a comparação. O mês de abril foi o que menos exclusões promoveu, com (-)23,55%, enquanto que o mês de seguinte, o mês de maio, foi o de mais quantidade de pessoas em condições de comprar, com 26,64% a mais de um ano para outro.

De acordo com José Augusto Gomes o fato do SCPC da Acim monitorar a performance do consumidor, não quer dizer que seja o comportamento ou tendência. “Hoje as formas de pagamento foram ampliadas com os pagamentos pelos cartões de crédito, débito e benefícios, que não passam pelo nosso sistema”, explicou. “A venda pelo crediário é uma pequena parte do grupo de consumidores que frequenta as lojas”, disse ao lembrar que mesmo os grandes magazines com crediário próprio, utilizam o sistema do SCPC da Acim para as devidas consultas e busca de informação sobre o consumidor, para avaliar o crédito a ser oferecido.

Para o presidente da Acim, Libânio Victor Nunes de Oliveira, o fato de haver mais inclusões do que exclusões é algo considerado, infelizmente, normal, porém, a diferença significativa é que faz o alerta. “A situação não está fácil para ninguém, e certamente o consumidor é a parte mais fraca, e ficando endividada atinge o comerciante diretamente”, opinou. “Infelizmente esse momento de incerteza só nos faz crer que precisamos ser cautelosos em todos os sentidos, principalmente no momento de vender”, falou o presidente da Acim ao acredita que a crise econômica que o País vive, por causa dos desmandos governamentais é o motivo deste quadro preocupante.

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