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Crescimento do varejo só virá com medidas como PEC do Teto, defende Solimeo no Congresso da Facesp

Notícias 24 de novembro de 2016

São Paulo, 23 de novembro de 2016. Os participantes do 17º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) ouviram ontem a visão do economista Marcel Solimeo acerca da conjuntura econômica e do varejo.

Para ele, que é diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo, o Brasil passou por dois anos de incerteza total, o que paralisou a economia nacional.

Solimeo destacou que o varejo deve fechar 2016 no vermelho mais uma vez e, em 2017, começar uma recuperação “muito lentamente”. “Não podemos ter a ilusão de que o Brasil vai voltar a crescer rapidamente”, alertou.

Mas, o próprio crescimento do ano que vem só ocorrerá com importantes medidas tomadas no âmbito socioeconômico, como a PEC do Teto. “É um parâmetro para reduzirmos, gradativamente, as despesas públicas e a dívida pública”, afirmou o palestrante, em defesa do projeto, que ainda não foi aprovado no Congresso Nacional.

Outro ponto observado pelo economista, que trabalha há mais de 50 anos na ACSP e é um dos maiores especialistas em varejo do País, foi a taxa de juros. “Com a questão da eleição americana, essa expectativa de reduções está mais complicada. O Trump deixou no ar incertezas, e incertezas paralisam decisões”. Todavia, por mais que o Banco Central derrube a Selic, ela dificilmente deverá ficar abaixo de 12% ao final de 2017, nível ainda insuficiente para estimular o crédito.

Nesse contexto, a iniciativa privada também será de fundamental importância, de acordo com Solimeo, visto que os governos simplesmente não têm dinheiro para investir. “Se tudo isso ocorrer, poderemos fechar 2017 com crescimento muito modesto. Para crescer 3% ou 4%, porém, precisaríamos de reformas muito mais profundas, e isso não me parece no horizonte desse Congresso, que está preocupado muito mais com a própria sobrevivência”.

Black Friday

Para Solimeo, a Black Friday deste ano vai ser melhor do que a do ano passado. Ele credita isso à maior adesão das empresas, ao crescimento do comércio eletrônico e à antecipação das promoções por parte de muitos estabelecimentos. “Só que em certa parte ela canibaliza as vendas de Natal, sobretudo, nas vendas de maior valor, porque ninguém vai comprar duas televisões, dois refrigeradores”, ponderou.

Solimeo destacou que a retomada não será via consumo, mas via investimento ou, em alguma parte, via importação. “A massa salarial caiu 4%. Enquanto você não recompuser essa massa, o varejo e o consumo não vão melhorar”. “Não adianta perguntar se somos otimistas ou pessimista. Temos que ser realistas”.

Já o presidente da Facesp e da ACSP, Alencar Burti, pediu para que todas as Associações Comerciais se unam em um movimento contra a elevada quantidade de partidos políticos no Brasil. “O alto número de partidos é um atraso para o País, um custo brutal. Devemos fazer um movimento consistente para que haja uma redução do número de partidos. Toda decisão acaba caindo nesse labirinto partidário, alimentando a burocracia”.

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