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Especialistas discutem na ACSP as urgências ambientais de São Paulo

Notícias 27 de junho de 2017

São Paulo, 27 de junho de 2017. “Durante os momentos de crise, a área ambiental é a que mais sofre do ponto de vista prático, já que as ações ambientais acabam ficando por último”. Foi assim que o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), Gilberto Natalini, abriu o seminário “Urgências Ambientais na Cidade de São Paulo”, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na última terça-feira (20/6).

O evento foi realizado na sede da entidade, no centro da cidade, e organizado pelos conselhos Socioambiental e da Mulher Empresária da ACSP.

Manifestando preocupação com a atual situação, o secretário disse que é necessário aprofundar parcerias e dividir responsabilidades para transformar a capital numa cidade capaz de suportar as modificações e mudanças climáticas. “SP é uma cidade insustentável. Nossa qualidade de vida é bastante prejudicada por conta de todas as condições e devastações ocorridas durante seu desenvolvimento, desde o seu nascimento. É uma cidade impermeável, com pouca cobertura verde e ar muito poluído”, alertou.

Com a autoridade de quem tem anos na luta pela causa da sustentabilidade, Natalini elencou os desafios que precisam ser superados quanto a emissão de gases poluentes, tratamento da água, ocupações irregulares de áreas de manancial e coleta e reciclagem do lixo. Segundo ele, a SVMA enfrenta tudo isso com pouca verba. “Precisamos de parceiros e de gente que pensa igual. A Associação Comercial é fundamental para a cidade e queremos essa parceria para combater essas dificuldades”, completou o secretário.

“Sempre é bom unirmos forças. Os problemas são muitos, mas cada um doando um pouco podemos mudar a cidade”, disse Maria José Ribeiro, coordenadora do Conselho Socioambiental da ACSP que, representando o presidente Alencar Burti, conduziu o evento.

O prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias de Tarso, falou sobre serviços em parceria com empresários e comerciantes, que fazem parte do projeto Cidade Linda, que tem por objetivo realizar um trabalho amplo de manutenção na cidade.

Pinheiros é uma área vasta onde se encontra uma extensa área arborizada e os shoppings Morumbi e Villa Lobos, passando pela Avenida Paulista. Tarso frisou que a região tem muitos problemas em zeladoria urbana e questões ambientais. “O problema maior é a falta de recursos. É muito importante falarmos aqui sobre isso, já que o prefeito tem colocado como prioridade em sua gestão deixar SP mais bonita e bem tratada. Para isso precisamos usar a criatividade, ter planejamento, pensar em ações diferentes e buscar parcerias. Não tem mais condições de imaginar que o Estado vai conseguir fazer tudo da melhor forma possível”.

O prefeito regional citou trabalhos feitos de forma cooperada, como manutenção e conservação de canteiros e jardins das avenidas Brigadeiro Faria Lima (em parceria com a rede de academias Smart Fit), Pedroso de Morais (com a Hamburgueria Z Deli) e Rebouças (com a loja de móveis Breton). “Para os interessados em cooperar, encaminhamos toda a legislação pertinente para que façam suas propostas”, disse Tarso, que anunciou em primeira mão o projeto Jardim Avenida Brasil, que será inaugurado dia 6 de agosto, quando a avenida deve ganhar um projeto paisagístico com três quilômetros de extensão feito por 20 paisagistas de diferentes áreas. “Será um verdadeiro boulevard de flores”, revelou.

Tarso falou sobre a prioridade dos serviços de zeladoria urbana, mostrando o aumento nas operações tapa-buraco e nas podas de árvores. Disse que esse tipo de ação gerou nas pessoas o sentimento de colocar a “mão na massa” e que a região recebeu ofertas de ajuda. “Por essa razão o prefeito João Doria criou também o Programa Bairro Lindo, no qual, uma vez por mês, são realizadas ações organizadas nas 32 prefeituras regionais com colaboração de voluntários”.

O coordenador do Fórum de Responsabilidade Socioambiental da Sabesp, Hélio Rubens, fez apresentação sobre o sistema de água na Região Metropolitana e a disponibilidade hídrica. Ele apresentou ações voltadas ao uso racional e de qualidade da água como o Programa Córrego Limpo, em parceria com a prefeitura.

Outro tema do seminário foi a qualidade do ar, abordada por Maria Lucia Guardani, gerente da divisão de Qualidade do Ar da Cetesb. Ela explicou os tipos de poluentes e as principais características das fontes fixas e naturais que causam a poluição na Região Metropolitana.

Segundo a especialista, para manter o ar de SP respirável existe uma série de programas para manter a redução efetiva dos poluentes, como o Programa de Controle de Veículos (Proconv) e o Programa de Controle de Motos (Promot). A palestrante mostrou ainda uma tabela de medição de padrões de poluição, exclusiva para a capital paulista, mostrando que no ano passado, em mais de 150 dias, a cidade respirou um ar considerado adequado por conta da quantidade de chuvas. No entanto, Maria Lucia alertou que não podemos ficar na dependência de ocorrências da natureza. “Cada um deve fazer sua parte. Além dos programas efetivos, todos devem ser responsáveis pela poluição do ar e a educação ambiental é o caminho. Afinal, o ar é igual para todos”.

O engenheiro e gerente geral do Shopping Eldorado, Sérgio Eiji Nagai, falou sobre sustentabilidade no varejo e iniciativa de transformar boa parte do telhado do shopping em horta orgânica. No local crescem alfaces, pimentões, cebolinhas, berinjelas, tomates e outras verduras e hortaliças plantadas com o adubo gerado do lixo orgânico da praça de alimentação. “Geramos cerca de 300 toneladas de lixo por mês”, contou Nagai.

Segundo ele, a ideia surgiu em 2010 para reduzir os impactos ambientais causados pelo shopping. “O shopping é uma pequena cidade dentro da cidade e também tem grande consumo de energia e de água, já que por lá circulam mais de 60 mil pessoas por dia”. No projeto, batizado de Telhado Verde, é feito o trabalho de separação do lixo orgânico e compostagem. A iniciativa virou referência e foi adotada e adaptada por outros centros comerciais e empresas. “A nossa ideia é ocupar na totalidade os cinco mil metros quadrados de área do telhado do shopping”, afirmou Nagai, que abriu o convite para quem quer conhecer o projeto e replicar a ideia em casa. Visitas semanais são organizadas às terças-feiras.

O último tema do seminário foi “Economia Circular em Ritmo Industrial”. O gerente de logística reversa da Sinctronics, Josué Graton. A empresa atua no setor de eletroeletrônicos e é uma unidade da Flextronics, uma das maiores empresas de manufatura na fabricação de produtos eletroeletrônicos do mundo. Tem mais de 50 mil funcionários e no Estado de São Paulo sua unidade fica em Sorocaba. A empresa desenvolve tudo o que se refere à tecnologia voltada ao setor para clientes como HP, Lenovo e IBM, que contratam os sistemas da Flextronics para que produzam seus equipamentos no Brasil.

Segundo Gratron, a Sintronics é um centro de inovação de sustentabilidade e foi criada para trazer os equipamentos eletrônicos do pós-consumo, transformá-los em matéria-prima e reintroduzi-los na indústria. Esse conceito é chamado de economia circular. “Nosso desafio é transformar o lixo em matéria-prima novamente”, resumiu.

Graton explicou que pelo processo de economia circular é possível reduzir as emissões e o consumo de energia e aumentar a geração de empregos. Ele informou que a Sintronics já produziu mais de 50 toneladas de resina plástica e esse plástico consome, em média, 70% menos energia e emite cerca de 80% menos gás carbônico. “É uma nova forma de repensar cadeias de produção e que promete crescer muito nos próximos anos”, disse ele, concluindo que o modelo garante grande potencial de aumento de renda e do PIB.

O seminário “Urgências Ambientais na Cidade de São Paulo” contou com a presença de representantes da sociedade civil e especialistas na área, que receberam certificados de participação. Teve a parceria da Ecos do Meio e apoios da Associação Paulista de Imprensa (API), da Rádio Mega Brasil, do Jornal da Liberdade, da Visa Clean, do Instituto Brasileiro Espaço Futuro (Ibef) e do Instituto AESabesp.


Mais informações:
Assessoria de Imprensa ACSP
apanizza@acsp.com.br
(11) 3180-3220 / plantão: (11) 97497-0287


Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 122 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

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