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Especialistas e entidades debatem na ACSP soluções para gargalos do Porto de Santos

Notícias 27 de julho de 2017

Horário alternativo e liberação da Anchieta estão entre as sugestões; encontro foi realizado semana passada pelo Comitê dos Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo

Especialistas e entidades se reuniram na última quinta-feira (20/7) na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para discutir como melhorias nos acessos terrestres ao Porto de Santos podem contribuir para o crescimento do fluxo de cargas. O encontro foi organizado pelo Comitê dos Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da ACSP, e realizado na sede da Associação, no centro da capital paulista.

Participaram do encontro, como palestrantes, Martin Aron, presidente da Associação Brasileira de Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC); Ricardo Lattanzi, representante do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (SETCESP); Rubens Cahin, da coordenação de programas rodoviários do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER).

Estiveram presentes representantes do Instituto de Engenharia; da Incefra revestimentos cerâmicos; da transportadora Westcargo; do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP); da Petrobras Distribuidora S.A; da Associação Brasileira dos Distribuidores de Produtos Químicos e Petroquímicos; da Associação Brasileira da Indústria Química; da Multieditoras; da Ceslog e da Double Star.

O Porto de Santos - maior da América Latina - sustenta números grandiosos: são 65 berços de atracação e 55 terminais marítimos e portuários distribuídos numa área útil de 7,8 milhões de metros quadrados, sendo que o cais se estende por 16 quilômetros. De acordo com José Cândido Senna, coordenador do Comus, tem sido observado um aumento no fluxo de cargas no porto, sobretudo na exportação, com destaque para produtos agrícolas. E 75% dessa distribuição é feita nas rodovias, sendo o restante pelo modal ferroviário.

“Essa infraestrutura rodoviária, tendo basicamente o Sistema Anchieta-Imigrantes como grande vetor de suporte desse fluxo, e depois complementado pela Cônego Domênico Rangoni e pela Padre Manuel da Nóbrega, a gente percebe que, no curto prazo - e isso é o que discutimos aqui - não há investimentos relevantes que venham a proporcionar acréscimos significativos de capacidade para o acesso ao complexo portuário santista nos próximos anos”, explicou Senna.

Horário alternativo

Com a visão dos transportadores e operadores rodoviários, Lattanzi propôs um movimento por parte dos usuários do porto no sentido de usá-lo com mais frequência fora do horário comercial, em especial de madrugada, o que invariavelmente exigiria que os órgãos anuentes também tivessem, de maneira confiável, disponibilidade de atuação ao longo da noite. Isso, no entendimento dele, contribuiria para desafogar o trânsito no Sistema Anchieta-Imigrantes.

O problema dessa medida - apontou Aron - é que o momento de crise ainda não permite que empresas se expandam o ponto de estender operações noite afora. Ele mostrou dados da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), apontando que de 65% a 70% do movimento de veículos comerciais estão concentrados no período das 5h às 18h nos dias úteis. O presidente da ABTTC observou que, embora o porto seja 24 horas, os usuários ainda não atuam 24 horas.

Liberação da Anchieta

Especificamente na questão rodoviária, Lattanzi sugeriu a liberação da Rodovia Anchieta apenas para caminhões e ônibus, limitando o acesso de veículos de passeio, que poderiam se valer da Imigrantes. “Você tem horários de pico na rodovia, principalmente ao final da tarde, quando você tem a descida dos fretados de São Paulo e, como grande parte dos embarcadores operam em horário administrativo, há os caminhões retornando para suas bases em Santos”.

Mais do que isso, em conjunto com Polícia Rodoviária, Ecovias e Departamento Estadual de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER), ele cogitou a possibilidade de caminhões vazios terem autonomia para trafegar à esquerda enquanto os carregados manter-se-iam à direita. “Você tem um caminhão retornando do interior, um veículo carregado descendo a três, cinco quilômetros por hora, e um caminhão vazio não podendo desenvolver o limite da via com segurança, andando atrás dele para não ser multado”, frisou. Essa medida, afirmou Lattanzi, aumentaria a produtividade das empresas e facilitaria o cumprimento de exigências trabalhistas das transportadoras.

Contudo, um dos pontos mais criticados pelos participantes foi a chegada ao Porto de Santos, que ocorre por apenas um único acesso, incompatível com um complexo de tamanha magnitude. Embora haja projetos para amenizar a situação, em especial obras no Viaduto Alemoa, nada ainda foi realizado.

Ilha Barnabé

Na margem esquerda do Porto de Santos fica a Ilha Barnabé, que é um terminal de tancagem de produtos químicos, servido por uma única via de acesso de mão dupla cercada de vegetação e pouco sinalizada. Isso, na avaliação dos participantes da reunião do Comus, é outro grande gargalo.

“Qualquer acidente que aconteça ali, você está perto de áreas de mangue. Existe uma necessidade de melhorar o espaço e a modernização para poder comportar isso”, disse Lattanzi.

Situação parecida ocorre na Rua Idalino Pinez, conhecida como Rua do Adubo, que serve a margem esquerda do porto, forçando caminhões e outros veículos de grande porte a dividir o espaço com casas, população e carros de passeio.

“Depois de anos de discussão sobre a Poligonal do Porto de Santos, não se sabe se a Rua do Adubo, que é o único acesso para o maior terminal de Santos, tem de ser administrada pela prefeitura do Guarujá ou pela Codesp”, destacou o presidente da ABTTC, Martin Aron.

A poligonal é uma área de delimitação em volta do Porto de Santos que define a jurisdição da Autoridade Portuária. Na prática, significa dizer que o que está dentro da poligonal é de responsabilidade da Autoridade Portuária, portanto, da União, e o que está fora fica aos cuidados da prefeitura ou do estado.

“Temos que buscar soluções. Nos últimos anos, foram feitos R$ 4,8 bilhões de investimento só no complexo no entorno do Porto de Santos. Mas há muito que melhorar e temos que buscar soluções para isso”, destacou o engenheiro Rubens Cahin, da coordenação de programas rodoviários do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER).

Ele revelou que a Secretaria de Logística e Transporte está iniciando uma atualização do planejamento logístico para os próximos 30 anos, voltado para a área metropolitana de São Paulo.

Outras soluções debatidas no encontro foram: Avenida Perimetral Portuária de Santos (Alemoa/Saboó); Avenida Perimetral Portuária de Santos; estacionamento rotativo de caminhões e readequação de linhas férreas; Avenida Perimetral da margem direita (reurbanização da bacia do canal 4); Avenida Perimetral da margem esquerda; duplicação do acesso rodoviário da Ilha barnabé. Ao longo dos próximos meses, o Comitê dos Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo da ACSP organizará novas reuniões para discutir o Porto de Santos.

 

Mais informações:
Renato Santana de Jesus
Assessoria de Imprensa
rjesus@acsp.com.br
(11) 3180-3220 / (11) 97497-0287

Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 122 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

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