Levantamento feito em março aponta que, para enfrentar a crise, 64% dos consumidores afetados economizam no uso de produtos, 54% substituem marcas e 44% compram em menor quantidade
São Paulo, 14 de abril de 2016. A alta da inflação e dos preços dos alimentos está impactando o bolso de quase a totalidade dos consumidores brasileiros. Segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a subida dos preços tem afetado muito os gastos de 58% das pessoas. Já para 30% delas, o impacto tem sido moderado. E 6% acreditam que tem havido pouco reflexo da inflação em seus orçamentos. Assim, um total de 94% dos consumidores foram afetados - em maior ou menor grau.
“É inegável que o custo de vida tem subido fortemente, o que compromete o orçamento das famílias, obrigando-as a adotar novos hábitos de consumo. E, se elas começam a gastar menos, consequentemente o varejo passa a vender menos”, comenta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Entre os vilões da inflação estão os alimentos, responsáveis por 0,32 p.p. da alta de 0,43% do IPCA em março. “Os alimentos consomem uma fatia grande dos gastos familiares e, portanto, não é à toa que os consumidores sentem tanto essa elevação”, diz Burti. “Quanto maior o impacto sentido, mais drásticas são as mudanças que as pessoas precisam realizar em seus hábitos de consumo”.
Ainda segundo a pesquisa da ACSP, 2% dos entrevistados disseram não ser afetados pela inflação e 3% não souberam responder. Encomendado pela ACSP para o Instituto Ipsos, o levantamento foi realizado entre os dias 13 e 30 de março em todas as regiões brasileiras.
Como enfrentar
Aos 94% dos consumidores afetados de alguma maneira pela alta da inflação e dos alimentos, foi feita a seguinte pergunta: “Como você está enfrentando esse problema”?
A economia no uso de produtos foi citada por 64% dos entrevistados. Já 54% estão trocando artigos por outros de marcas mais baratas. Além disso, 44% têm optado por comprar menor quantidade de produtos.
Já 29% disseram que mudaram alguns hábitos de consumo. Trata-se de medidas que afetam a rotina de toda a família, como: usar menos o carro, economizar energia elétrica, sair menos e ficar mais em casa, trocar o restaurante por lanchonete, tirar o filho da escola particular, abrir mão do plano de saúde, trancar a faculdade.
Os consumidores ouvidos puderam escolher mais de uma resposta.
“Do mesmo jeito que o consumidor se adapta à nova realidade, os varejistas têm de fazer o mesmo. Eles precisam ficar atentos a essas mudanças, alterando seu mix de produtos e focando no atendimento”, aconselha Burti. “É preciso monitorar constantemente o perfil do consumidor”, complementa.
Metodologia
A pesquisa foi elaborada a partir de 1,2 mil entrevistas domiciliares em 72 municípios, por amostra representativa da população brasileira de áreas urbanas (Censo 2010 e PNAD 2013), com seleção probabilística de locais de entrevista e cotas de escolha do entrevistado, ambas baseadas em dados oficiais do IBGE.
1) Pensando sobre a inflação alta e o preço dos alimentos que subiu, gostaríamos de saber o quanto você acredita que esses aumentos estão afetando o seu orçamento.
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Muito (mais de 50%) |
58% |
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Moderadamente (entre 20% e 50%) |
30% |
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Pouco (até 20%) |
6% |
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Não afetou em nada (0%) |
2% |
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Não sabe |
3% |
2) Você disse que sentiu seu orçamento afetado. Como você está enfrentando esse problema? (múltipla escolha)
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Tenho economizado o uso de produtos de maneira geral |
64% |
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Troquei alguns produtos por marcas mais baratas |
54% |
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Tenho comprado produtos em menores quantidades |
44% |
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Mudei alguns hábitos de consumo |
29% |
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Peguei dinheiro da poupança para ajudar com o orçamento |
2% |
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Deixei de pagar algum parcelamento |
2% |
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Não lembra |
2% |
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Fiz um empréstimo para pagar as contas |
1% |
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Não faz nada / não toma providência alguma |
0% |
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Passou a comprar no atacado |
0% |
Mais informações:
Renato Santana de Jesus
Assessoria de Imprensa
rjesus@acsp.com.br
(11) 3180-3225 / 97497-0287?