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Inflação de junho: boas e más notícias

Notícias 11 de julho de 2013

Inflação de junho: boas e más notícias

A Nota de Conjuntura do Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo traz notícias boas e ruins sobre a inflação em junho, medida pelo IBGE e divulgada no último dia 5.

O primeiro ponto positivo foi o próprio IPCA, que aumentou 0,26% em junho em relação a maio – um certo alívio, pois o mercado esperava por uma elevação mais acentuada. Isso pode ser explicado pela desaceleração da inflação dos alimentos, remédios e bens duráveis (eletrodomésticos) e pela maior deflação (inflação negativa) dos combustíveis.

Outra boa notícia é a diminuição do índice de dispersão da inflação, que passou de 63% em maio para 55,3% em junho, indicando que menos produtos da cesta básica ficaram mais caros. 

O sinal vermelho aparece quando se analisa o IPCA acumulado nos últimos doze meses, que alcançou 6,7%, ultrapassando a margem de tolerância máxima da meta de inflação (6,5%).

Alerta também quanto ao setor de serviços, para o qual “as notícias tampouco são animadoras, com aceleração da inflação acumulada nos últimos doze meses, que alcançou 8,6% no último mês, frente a 8,5% registrado em maio, refletindo que os aumentos de salário acima da produtividade continuam exercendo pressão sobre os custos das empresas”, segundo a Nota de Conjuntura.

Nos próximos meses, de acordo com o documento, a inflação dos alimentos deverá desacelerar em razão da superação dos problemas climáticos. Os preços dos transportes deverão recuar após a revogação dos aumentos das tarifas de ônibus nas principais capitais.

 

Confira abaixo a íntegra da Nota de Conjuntura da ACSP, que também apresenta informações sobre a influência do câmbio na inflação:

 

INFLAÇÃO DE JUNHO: BOAS E MÁS NOTÍCIAS

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgada hoje pelo IBGE, alcançou a 0,26% no mês de junho, abaixo das expectativas de mercado. A descompressão dos preços pode ser explicada pela desaceleração da inflação dos alimentos, remédios e bens duráveis (eletrodomésticos) e pela maior deflação (inflação negativa) dos combustíveis.

Outros pontos positivos do resultado mensal foram a diminuição do índice de dispersão da inflação, que passou de 63,0% em maio para 55,3% em junho, indicando que uma proporção menor dos produtos da cesta básica passou a custar mais no período. Por sua vez, as medidas de núcleo do IPCA, que excluem do índice a variação dos preços de alimentos e energia, de natureza mais volátil, apresentaram redução em suas médias durante o mesmo período, diminuindo de 0,5% para 0,4%, respectivamente.

Contudo, O IPCA acumulado em doze meses alcançou a 6,7%, ultrapassando mais uma vez a margem de tolerância máxima da meta de inflação (6,5%), fato que já ocorreu em meados de 2011 e em março desse ano, e, que nessa caso se explica, em parte, pela menor margem de comparação em relação ao ano passado, afetada pela desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedida ao setor automobilístico (Gráfico 1).

No setor serviços, as notícias tampouco são animadoras, com aceleração da inflação acumulada nos últimos doze meses, que alcançou 8,6% no último mês, frente a 8,5% registrado em maio, refletindo que os aumentos de salário acima da produtividade continuam exercendo pressão sobre os custos das empresas.

Que cenário podemos esperar para os próximos meses? Por um lado, no caso dos alimentos, a superação dos problemas climáticos deverá desacelerar o crescimento dos preços, enquanto o aumento dos preços do transporte deverá ser revertido após a revogação dos aumentos das tarifas de ônibus nas principais capitais.

Esses efeitos poderiam configurar um cenário de desaceleração da inflação a partir do segundo semestre, porém, também deve ser considerado o impacto da intensa desvalorização do Real ocorrida nas últimas semanas, e que parece haver colocado a taxa de câmbio num patamar mais elevado. Essa desvalorização, aumenta o preço interno das matérias primas agrícolas, o que deverá elevar o preço dos alimentos nos próximos meses. Ademais, as empresas brasileiras dependem de forma importante da importação de componentes, insumos e equipamentos, que tendem a encarecer com o aumento do valor da divisa, pressionando seus custos, e, levando ao repasse aos preços finais.

De fato, a maior taxa de câmbio já está impactando os índices gerais de preços, como o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que apresentou forte aceleração em junho, alcançando 0,8%, ante aumento de 0,3% em maio.

A aceleração dos índices gerais de preços reflete, em sua maior parte, a inflação existente no atacado, que, com o passar do tempo, termina sendo transferida aos preços que enfrentam os consumidores finais.

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