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Lei das Parcerias é debatida em encontro com participação de mais de 100 entidades na Associação Comercial de SP

Notícias 01 de setembro de 2015

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado, Lei 13.019/2014 tem artigos que desagradam organizações civis; resultado da reunião deverá ser levado para comissão parlamentar que analisará emendas à lei 

São Paulo, 1º de setembro de 2015. Representantes de mais de 100 entidades lotaram dois auditórios na tarde desta segunda-feira (31/8) na Associação Comercial de São Paulo para discutir pontos polêmicos da Lei 13.019/2014, conhecida como Lei das Parcerias ou Marco Regulatório do Terceiro Setor. 

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 31 de julho do ano passado, a lei estabelece novas regras entre a administração pública e as organizações da sociedade civil. 

Compuseram a mesa coordenadora do debate as seguintes entidades: Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo (OAB-SP), representada por Lúcia Bludeni; Rebrates (Rede Brasileira do Terceiro Setor), representada por Moisés Iavelberg; Sescon (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo), representada por Edeno Teodoro Tostes. 

Também participaram do encontro o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, o deputado estadual Carlos Bezerra e a vereadora de São Paulo Patricia Bezerra. 

A abertura foi realizada pelo vice-presidente da ACSP Roberto Mateus Ordine, que fez um histórico da vitória alcançada pela ACSP/FACESP e demais entidades signatárias da carta encaminhada à presidente da República visando ao aperfeiçoamento da Lei 13.019/14. Em seguida, a reunião foi conduzida pela coordenadora do Conselho do Terceiro Setor da ACSP, Marília de Castro. 

Inadequações

As entidades discutiram várias emendas da lei, e, ao final, destacaram principalmente a inadequação dos artigos 37 e 42, item XVIII – os mais polêmicos. O texto, duramente criticado pelas organizações do terceiro setor, recebeu 152 emendas no Congresso para que alguns pontos fossem corrigidos, revogados ou aperfeiçoados. 

“Essa lei não diz respeito apenas à assistência social, mas a todas as associações, organizações religiosas, fundações e sindicatos do Brasil", disse Marília, que ainda reforçou o papel atuante das entidades na construção e aperfeiçoamento dessa Lei, antes que ela entre em vigor.

Para a ACSP e para a maior parte das entidades que estiveram no encontro, o artigo 37 afronta normas civilistas. Ele determina que ao menos um dirigente das organizações civis irá se responsabilizar, de forma solidária, pela execução das atividades e cumprimento das metas pactuadas na parceria com o poder público. 

“O artigo 37 contraria nosso ordenamento jurídico. Por isso, queremos que seja revogado”, defendeu a coordenadora da ACSP, em eco ao que manifestaram os demais presentes. 

Marilia e Ana Carolina Carrenho destacaram que, no lugar, pode-se inserir a redação do artigo 50 do Código Civil.

 

Articulação

O deputado Carlos Bezerra discorreu sobre a importância da articulação da sociedade civil e se colocou à disposição para uma nova audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 

Lúcia Bludeni (OAB-SP) disse que o inciso XVIII do artigo 42 fere a Constituição Federal, pois é uma interferência do Estado nas associações.  O que precisamos é ter regras claras dentro de nossas estruturas para usar bem o dinheiro público”, defendeu ela, que preside a Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB-SP. 

Arnaldo Faria de Sá concordou com a representante da OAB-SP. “Lamentavelmente, o governo não faz sua parte e atrapalha quem faz. Se o poder público é tão capaz e competente, por que não faz tudo sozinho? As entidades existem para cobrir as lacunas e falhas do próprio poder público”, argumentou.

O raciocínio também foi seguido pela vereadora paulistana Patrícia Bezerra, que lembrou que, apenas na cidade de São Paulo, 80% dos Centros de Educação Infantil (CEIs) são administrados por entidades sociais. 

O evento abriu espaço para que todos os presentes se manifestassem sobre os mais diversos aspectos da lei. A intenção é levar o resultado desse debate para a Comissão Parlamentar que analisará as emendas à Lei 13.019/2014 e definirá uma redação final para o texto. 

“Quanto mais pudermos clarear a lei, melhor”, concluiu Marília. 

 

Mais informações:

Renato Santana de Jesus
Assessoria de Imprensa ACSP
rjesus@acsp.com.br
(11) 3180-3225

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