Twitter Facebook Instagram
Para acessar sua área PDO, insira os campos abaixo.

Lilia Garcia, Gino Bellon e Padre Botteon contaram suas histórias de vida e empreendedorismo

Notícias 05 de novembro de 2019

Lilia Garcia, Gino Bellon e Padre Botteon contaram suas histórias de vida e empreendedorismo

Realizado no dia 23 de outubro, quarta-feira, às 19h30, no auditório do Claretiano – Centro Universitário, o Bate Papo com Empreendedores da ACE Batatais, dando sequência à 11ª Semana do Conhecimento, contou com a participação de três pessoas com histórias interessantes de vida e empreendedorismo de Lilia Patrícia de Oliveira Garcia – proprietária da loja Lilia Lingerie, Gino Ivair Bellon – presidente da ACE Batatais e proprietário da empresa Gino Comunicação Visual e Padre Luiz Claudemir Botteon – pró reitor do Claretiano – Centro Universitário. Entre momentos descontraídos e de muita emoção, o público pode acompanhar um pouco da trajetória dos convidados. O evento foi intermediado pelo diretor jurídico da ACE Batatais, Alexandre Santos Toledo, que dirigiu as perguntas aos convidados.

Lilia Garcia – A porta que Deus abre ninguém fecha

Abrindo o Bate Papo, a primeira a contar um pouco de sua história foi Lilia Garcia, da empresa Lilia Lingerie, que está há três anos no mercado. “Eu tinha uma loja pequena no bairro Vila Lídia, próximo ao Supermercado Nori. Trabalhei nesse supermercado por 16 anos e minhas atividades no ramo de roupas íntimas começou lá, vendendo lingerie para minhas colegas de trabalho. Como muitas pessoas frequentam aquele estabelecimento, consegui mais clientes e decidi abrir a loja”, contou a convidada.

Lilia continuou trabalhando no Nori e administrando a loja. Como o espaço foi ficando pequeno e aumentando o número de clientes decidiu ir para um local maior. “Fui para um imóvel na rua Coronel Joaquim Alves, saindo de um aluguel de R$ 350 por mês para um de R$ 1.200. Inaugurei a nova loja, foi um sucesso.”

Era um final de semana, de sexta para sábado, Lilian recebeu uma ligação inusitada e triste. “Furtaram tudo o que eu tinha no imóvel, levaram tudo. Quando fui ao local, tinha muitas pessoas e a polícia. Não sobrou quase nada, levaram até a minha maquininha de cartão. Fiquei horrorizada. Investi mais de R$ 20 mil na época e eu estava cumprindo aviso prévio no supermercado, pois decidi sair do emprego para me dedicar ao meu comércio.”

Além de Lilia perder tudo o que havia investido, na loja ainda haviam muitas peças de consignação de uma fábrica de roupas de Franca que os ladrões também levaram. “Ainda tinha uma funcionária que eu teria que fazer acerto e eu fiquei sem nenhum dinheiro. Foi quando uma amiga me disse “a porta que Deus abre ninguém fecha”, contou emocionada

Com a ajuda de fornecedores e de seus familiares, Lilia conseguiu reabrir a loja, postou no facebook a reinauguração e conta que foi um alvoroço. “Em 20 dias já não estava devendo nada para ninguém e hoje estou com a minha loja firme no comércio. Agradeço muito a Deus por tudo”, finalizou.

Gino Bellon – Uma bicicleta, uma escada e uma sacola com alguns pincéis e tintas

Gino Bellon, da empresa Gino Comunicação Visual começou a trabalhar com 10 anos de idade no Valadão Letreiros, tendo como função lavar e secar os pinceis. “Certa vez, passando pelo centro, o Valadão me chamou para segurar a escada: “menino, me dá uma ajuda aqui”, como sempre gostei muito de desenhar, aproveitei a oportunidade e pedi emprego a ele”. Devido ao interesse do pequeno Gino, Valadão o contratou e começou a ensinar as técnicas de pintura de letras, com as sobras de tintas em jornais velhos.

Com o aprimoramento das técnicas passou a exercer também a função de “Pincel Canteiro” – técnica utilizada na época para dar acabamento nos letreiros de fachadas, muros, placas e faixas. Época que “amolava pinceis” para tirar os fios excedentes dos pinceis de orelha de boi. Com 14 anos já fazia todo o serviço de letrista sozinho.

“Aos 18 anos, resolvi montar meu próprio negócio, ganhando do Valadão, uma régua, um esquadro, um compasso, uns 6 pinceis e algumas latinhas de tinta. Com madeira pita, meu pai fez uma escada para mim, eu já tinha uma bicicleta. Comecei a sair com a escada num ombro, a sacola com pinéis e tintas no outro, indo de porta em porta, nos comércios da cidade, oferecendo o serviço. Meu primeiro trabalho foi escrever a placa de um caminhão do Rui Bebidas”, contou Gino.

Inicialmente, sua empresa era no fundo da casa de seus pais, localizada na praça Coronel Nogueira. Depois de algum tempo, viu a necessidade de contratar um ajudante e alugou um ponto na Rua Quintino Bocaiuva, ficando no local por 7 a 8 anos. Neste período adquiriu uma Variant bege, e depois uma caminhonete D20 cabine dupla.

“Em 1995 o Chico Tomazela me ofereceu um terreno na localizado na rua Senador Feijó, uma oportunidade de ter meu próprio ponto comercial. Conversei com minha esposa e decidi vender a caminhonete, e com mais um pouco da reserva financeira, comprei o terreno, mesmo sabendo que não ia ter dinheiro para construir de imediato”, disse ele.

Gino construiu o barracão de sua empresa entre os anos 1996 a 1998. “Só de muro de arrimo era seis metros. O Américo da Terril me ajudou muito com o aterramento. Mudei para o novo barracão com a Variant e surgiram novos clientes”, contou. Ele fez a primeira pintura com uma mistura de cal, cola e outros produtos, pois não tinha dinheiro para comprar látex.

Já instalado no novo endereço, ficou sabendo de uma máquina de plotter de recorte que estava sendo vendida na cidade de Ribeirão Preto, que adquiriu com vários cheques pré-datados. “Tinha acabado de comprar esse equipamento, muito moderno para a época, e o atual gerente da ACE, o Luiz Carlos de Figueiredo chegou na minha empresa pedindo que eu fizesse um banner de aniversário para a sua filha que estava completando 15 anos. Fiz algo bem bonito para a época, inovador. Figueiredo gostou tanto que levou o banner para a empresa Jumil para mostrar para seus companheiros de trabalho”.

Iniciava-se ai uma nova etapa de sua vida como empreendedor. Figueiredo apresentou o material à Jumil e Gino teve uma grande encomenda de serviços. Apresentou os serviços as empresas, mudando o contesto de faixas, banners, fachadas, placas e outros serviços. O Dr. Rubens fez um grande pedido de banners e faixas. Aquele momento para mim foi como um reconhecimento de todo o esforço de minha vida. A gente que trabalha honesto e vem a recompensa”, disse Gino muito emocionado no Bate Papo.

Depois de alguns anos, em 2002 viu a necessidade de investir na aquisição de uma máquina de impressão digital, para isso vendeu uma casa, recursos financeiros que tinha, e um empréstimo. Com o passar dos tempos viu a necessidade de investir em outros equipamentos, de impressão digital, uma máquina “Houter” e uma a laser. Neste ano comprou mais uma impressora de alta tecnologia.

Luiz Botteon –Minha vida começou lá embaixo e comi muita farinha para chegar até aqui

Descontraído e com a calma na maneira de falar, ponderado e claro, Padre Luiz Botteon revelou de início que era a primeira vez que falava de si. Contou que era natural de Cordeirópolis –SP. “Mas prefiro falar que sou da República de Cascalho, um bairro pequeno italiano. Nasci e cresci ali. Em 1975, com 15 anos de idade, houve um teste vocacional na escola onde eu estudava, e não sei muito o porquê, mas marquei que eu queria ser padre. Nunca fui bom aluno de catequese. Cerca de 15 dias depois apareceu um padre me procurando, dizendo que queria falar comigo. Na hora me assustei, mas me dispus a conhecer os Claretianos. Uma semana depois, o padre foi na minha casa e fui conhecer O Seminário Claret, em Rio Claro e assim deu início a toda a minha trajetória.

No ano de 1976, Padre Botteon ingressou no Seminário Claret de Rio Claro e ali conclui o ensino fundamental e ensino médio. Em 1981 ingressou na Congregação dos Missionários Claretianos. Em 1987 é ordenado sacerdote na Congregação dos Missionários Claretianos. “Estudei em Ribeirão preto, fui para Curitiba e São Paulo fazer Teologia. No Campus Pio XI me especializei em catequese, depois voltei para Rio Claro para ser administrador, fiquei por quatro anos vendendo coxinha para sustentar o Seminário, com 45 garotos e equipar a casa. A base de tudo é Vontade e objetivo”, contou.

Em 1992, Padre Botteon foi para São Paulo, administrar o Colégio Claretiano da capital. “Eu não conhecia nada por lá, foi muito difícil no início para me adaptar, saber onde era tudo. O prédio era velho e tive muito trabalho para reformar e levar tecnologia. Em 1994 fui enviado para ser administrador do Colégio São José e das Faculdades Claretianas de Batatais. Naquela época, todo mundo achava que Batatais era o fim da linha”, disse.

De 1987 a 2014 foi vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Assunção do Bairro do Cascalho em Cordeirópolis. Atualmente Padre Botteon responde como reitor do Claretiano – Centro Universitário de Rio Claro e pró-reitor Administrativo do Claretiano – Centro Universitário de Batatais, diretor administrativo do Claretiano – Rede de Educação e Diretor Administrativo da Fundação Claret.

Morando em Batatais há 24 anos e ordenado há 31, Pe. Luiz Claudemir Botteon é quem comanda a maior parte das questões administrativas do Claretiano. Ele esteve à frente das principais mudanças que a instituição passou ao longo dos últimos anos. Entre as transformações está a oferta de ensino a distância a partir de 2005, a criação da Rede de Educação em 2012 e a expansão internacional do Claretiano em 2018 — são quatro polos fora do país, no Japão, Espanha, Portugal e EUA.

“Minha vida começou lá embaixo. É salutar subir a escada da vida. A construção da escada de madeira do pai para o filho Gino simboliza muito bem isso. Tenho medo daqueles que começaram por cima. Chegar no que sou hoje foi preciso comer muita farinha e não ter medo”, finalizou Padre Botteon.

Legenda - Gino Bellon, Lilia Garcia, Pe. Luiz Botteon e Alexandre Toledo

...

Parceiros

CACB CMEC Boa Vista SEBRAE