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Lobão fecha ciclo de palestras no Congresso das Associações Comerciais em Campinas nesta 4ª-feira

Notícias 20 de novembro de 2013

Ao longo do dia, participantes também assistiram a apresentações sobre varejo (Ulisses Ruiz de Gamboa), cenário político (Denis Rosenfield) e desenvolvimento das cidades (Bruce LaRue)

 

O músico e empresário Lobão foi o último a falar no 14º Congresso da Facesp, em Campinas, na tarde desta 4ª-feira (20/11). Ele preferiu ouvir as perguntas da plateia ao invés de palestrar. Disse que seu livro mais recente, “Manifesto do nada na terra do nunca”, revela sua visão sobre a cultura brasileira, além da mentalidade e mazelas brasileiras. “Nos transformamos em seres que vivem na terra do nunca. Dizem que estamos no país do futuro, mas somos envaidecidos com nossos piores defeitos”. Segundo ele, esses defeitos são o “jeitinho brasileiro” e a antropofagia, consolidados na Semana de Arte Moderna de 1922 e que estão aí até hoje. Lobão afirmou que os escritores, na época, foram preteridos e novos valores foram colocados na sociedade, como a quebra do academicismo e do beletrismo, que viraram “coisas cafonas”, nas palavras do músico. “As pessoas não se deram conta de que desde a Semana de 22 – com raras exceções - não tivemos nenhum tipo de contestação. Os movimentos subsequentes corroboram valores de 22 no cinema, na música. Sustentam-se valores do ufanismo cínico, transformando isso em valores nacionais. Somos o país dos feriados enforcados”. 

 

Lobão considera sombrio o panorama atual tanto para músicos quanto para empreendedores. “Quem não está no governo é silenciado para não ser prejudicado. Tudo piorou. Por isso, temos que ter criatividade”. Um dos exemplos que ele para driblar esse cenário é, no caso dos músicos, trilhar caminhos diferentes da Lei Rounet, de incentivo à cultura, por exemplo, por estar atrelada ao governo.  

 

Fortalecimento das pequenas empresas

O segundo dia de trabalho do 14º Congresso da Facesp começou com o lançamento do projeto Programa Empreender Paulista, cujo objetivo é fortalecer as micro e pequenas empresas, aumentando sua competitividade. A Facesp e o Sebrae-SP assinaram contrato para expansão do programa no Estado. “Essa parceria vai mudar a vida de mais de 60 cidades”, disse o presidente da Facesp, Rogério Amato, sobre a expansão do programa. Hoje, 70 municípios contam com o projeto.

 

O presidente do Sebrae-SP, Alencar Burti, falou sobre o significado da parceria. “Vivemos um momento de transformação. Precisamos estar cada vez mais integrados. As entidades precisam estar unidas, coesas, para que tenhamos voz junto ao governo. Que nós sejamos respeitados pela força que temos”, afirmou Burti. 

 

Comércio  

Também no período da manhã, Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo, fez apresentação sobre indicadores para o varejo. “O final do ano iniciará um período de certa recuperação, embora abaixo do desempenho de anos anteriores”, disse. Ele mencionou a ideia de construir indicadores das regiões paulistas. “Podem ser de suma importância para a tomada de decisões em Campinas e outras regiões importantes”.

 

Cenário político  

Os participantes do Congresso também tiveram oportunidade de ouvir Denis Rosenfield, cientista politico, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e articulista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo e da Revista Época. Ele falou sobre o cenário político atual.

 

“A situação é delicada no Brasil. Vivemos um capitalismo de compadrio, com uma economia mercantilista que se afasta da economia de mercado. No capitalismo de compadrio, a burocracia interfere diretamente na vida econômica, escolhendo grupos que devem ou não se desenvolver, que devem ou não receber benefícios do BNDES”, disse Rosenfield.

 

Para ele, reduções tributárias anestesiam a sociedade pois grupos econômicos específicos são beneficiados com menos impostos – é o caso de redução de IPI para automóveis e produtos da linha branca. “Por que não se reduz o IPI de forma equânime, para todos os setores? Isso recuperaria a capacidade de investimento. As leis precisam valer para todos. Quando os lobbys mais fortes impõem, criam-se distorções maiores, privilegiando setores. Isso falsifica e prejudica o funcionamento das regras de mercado”, defendeu o cientista político.

 

Bruce LaRue

Como o Brasil pode ter cidades melhores, a partir de exemplos vindos de várias partes do mundo. Esse foi o assunto da palestra do norte-americano Bruce LaRue, presidente da Applied Development Services. Ele falou para uma plateia lotada, interessada nos segredos das cidades desenvolvidas.

 

“Aonde o Brasil quer chegar? Vemos que há participação das pessoas nas mudanças, no crescimento, na fragmentação social. A população precisa canalizar sua energia em áreas que podem ajudar o país como um tudo”, disse LaRue.

 

Entre as alavancas desse desenvolvimento, segundo ele, estão a forma como se produz e se consome energia. “Os painéis solares, por exemplo, são sistemas dos mais bem sucedidos nos EUA e na China”.

 

Outros fatores decisivos são os setores financeiro e do trabalho. “Não se pode continuar o mesmo caminho de desenvolvimento. Estamos sempre olhando pelo retrovisor, para o passado. Há uma nova geração de trabalhadores. Há exigências burocráticas. Os sindicatos norte-americanos têm abraçado essa defesa”, afirmou o palestrante.

 

Para Bruce LaRue, é preciso pensar em acordos entre ambientalistas e agricultores. “Em municípios dos EUA, há grupos voluntários que lutam pelo meio ambiente e fazem acordos com fazendeiros e distribuidores para os registros das terras”, contou.

 

Ana Cecília Panizza

 

 

 

 

Mais informações:

Ana Cecília Panizza

Assessoria de Imprensa da ACSP

apanizza@acsp.com.br

(11) 3180-3220   

 

 

Sobre a Facesp: A Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), com 50 anos de existência, foi criada para promover a união das “forças vivas” do Estado de São Paulo e para que os empreendedores paulistas participem assiduamente da vida política, econômica e social do Estado e do País. A Facesp é uma entidade de âmbito estadual, com a missão de integrar o empresariado paulista por meio de cada uma das Associações Comerciais em seus municípios, atuando em ações que tenham por objetivo a luta pelas liberdades individuais, o apoio à livre iniciativa, a unidade da classe empresarial, a garantia da democracia e do desenvolvimento empresarial. Atualmente, 420 Associações Comerciais integram e lutam juntas pelas bandeiras do empreendedorismo.

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