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Mercosul é problema para o Brasil, diz ex-embaixador Rubens Barbosa em palestra na ACSP

Notícias 27 de abril de 2016

Para embaixador em Washington e Londres nos governos FHC e Lula, bloco sul-americano não conseguiu abertura de mercado por causa do perfil ideológico dos governos da região; Barbosa defendeu aproximação do Brasil com Europa e Estados Unidos

São Paulo, 27 de abril de 2016. “O Mercosul está paralisado, está esclerosado”. Foi com essa declaração que Rubens Barbosa iniciou sua palestra ontem à tarde na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital paulista.

Barbosa, que foi embaixador do Brasil em Washington (1999-2004) e Londres (1994-1999), falou sobre as novas configurações dos tratados internacionais e defendeu que o Brasil precisa se libertar do Mercosul e, para não ficar para trás, incrementar a relação com Estados Unidos e Europa, que são os grandes mercados mundiais.

A apresentação foi feita durante reunião do Conselho de Economia da ACSP, coordenado pelo economista Roberto Macedo, e pela São Paulo Chamber of Commerce, órgão de comércio exterior da Associação.     

Para Barbosa, o Mercosul tornou-se um fórum de discussão política e comercial, que deixa de lado o caráter prático do bloco. Mais do que isso, avaliou que a organização tem sido bastante e erroneamente influenciada por um viés partidário e ideológico que prejudica seu avanço.

“Os acordos comerciais que acontecem hoje no mundo não são mais os acordos que fazemos aqui na América Latina, de preferências tarifárias, de listas de exceção. A preocupação principal desses novos tratados é a forma de negociar: fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) e por meio de acordos regionais”, disse um dos mais proeminentes embaixadores do Brasil nos governos FHC e Lula.

Marcel Solimeo, superintendente institucional da ACSP, destacou a necessidade de mudanças internas. “O Brasil precisa mudar suas estratégias de política comercial para participar dos grandes mercados, o que implica em necessidade de ajustes internos”, disse.

Entre os acordos comerciais, Rubens Barbosa destacou a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) como o “primeiro acordo dessa nova geração”. Segundo ele, o TPP e o tratado que começa a ser negociado entre Estados Unidos e União Europeia vão representar 75% de todo o comércio global.

“Como é que podemos ignorar isso no Brasil?”, provocou o palestrante, afirmando que o País está ficando para trás no cenário internacional e que precisa incrementar relações com as comunidades europeia e norte-americana.

A TPP é um acordo de livre-comércio implantado em 2015, estabelecido entre 12 países banhados pelo Oceano Pacífico, relativo a várias questões políticas e econômicas. Integram o bloco: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã.

“O Brasil está paralisado, isolado dessas grandes correntes. O Mercosul é um problema para o Brasil”, frisou Barbosa.

O diplomata também ressaltou que o bloco sul-americano nunca conseguiu atingir o objetivo de abertura de mercado, “perdendo o seu sentido” por causa do perfil ideológico dos governos que comandam os países do grupo.

Para isso, porém, teria de abandonar a influência partidária e ideológica que interfere na negociação internacional. Para ele, é necessária uma “decisão política” do País em ajustar suas posições tradicionais à nova forma de negociar. “Se mudar o governo agora, vamos ter que enfrentar esse problema”, avaliou Barbosa.

Ele lembrou que, para melhorar sua participação no comércio global, o Brasil precisa resolver questões internas como política tributária, preço da energia, regras trabalhistas e burocracia.  

“Temos que reformar o processo decisório de comércio exterior”, concluiu.

 

Mais informações:
Renato Santana de Jesus
Assessoria de Imprensa ACSP
rjesus@acsp.com.br
(11) 3180-3225 / (11) 99196-4972

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