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Na ACSP, Octavio de Barros diz que Brasil precisa de um Macron para chamar de seu

Notícias 06 de novembro de 2017

Para ex-economista-chefe do Bradesco, Henrique Meirelles seria a melhor opção presidencial para o País; “Luciano Huck não é um nome sério”, afirma

São Paulo, 6 de novembro de 2017. Um dos economistas mais famosos do Brasil, Octavio de Barros chefiou o departamento de economia do Bradesco por 15 anos. Obrigado a deixar o cargo no ano passado, por determinação estatutária, decidiu empreender. Ao lado de três amigos, criou a Quantum4, empresa que tem o objetivo de criar estruturas de inovação em empresas que não têm essa cultura. Nessa quinta-feira (26/10), em encontro com economistas, donos de empresas e presidentes de associações setoriais, na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Barros fez uma singular crítica política do País, analisou os fundamentos econômicos da administração Temer e revelou o que, na sua visão, o próximo governo tem de fazer para levar o Brasil para o futuro.

“O Brasil, hoje, é uma África. O Brasil é uma África. É uma metáfora para falar que é tudo difícil. Nesse ano, já fui cinco vezes para fora do Brasil. Toda vez que você volta, você diz: como o Brasil está parado, como o Brasil é pobre. Você acha que as coisas estão melhorando. Não estão”, sentenciou em certo momento da reunião do Comitê de Avaliação da Conjuntura da ACSP.

Ao contrário de muitos executivos, que às vezes não sabem o que fazer quando deixam a companhia na qual trabalharam por décadas, Barros não se intimidou ao deixar o segundo maior banco privado do País. Aliou-se a três pesos pesados do mundo corporativo – Ricardo Pelegrini, ex-presidente da IBM; Marcos Almeida, ex-CFO do Banco Safra; e Lucimara D’Ávilla, ex-PWC e especialista em tributação – para inovar. Na Quantum4, assuntos como robótica, internet das coisas, big data e processamento na nuvem são triviais. A empresa existe há seis meses e já tem 15 clientes.

Para alguns, pode causa estranheza que um economista que fez carreiras em instituições bancárias esteja liderando o movimento da cultura digital e disruptiva no Brasil. No entanto, há anos Barros vem se especializando no assunto. Foi no departamento dele, por exemplo, que nasceu o InovaBRA, programa de inovação e investimento em startups do Bradesco. Além disso, desde 2011 ele é parceiro estratégico do Fórum Econômico Mundial (FEM) de Davos, onde os grandes debates sobre o assunto acontecem. Está, inclusive, ajudando a Prefeitura de São Paulo na organização do capítulo latino-americano do FEM, que será realizado de 13 a 15 de março do ano que vem.

“Estou muito envolvido nessa discussão e nos impactos que ela tem na macroeconomia, nos modelos de negócios, na política, na democracia, na cultura, em todos os planos. É o tema que mais me fascina hoje em dia. E isso, na minha visão, está sendo subestimado”.

“Revolução digital subestimada”, aliás, é o título do livro que ele está terminando de escrever. “Isso se a editora não mudar o nome”, brinca Barros, que ainda tem tempo para participar do conselho de 11 empresas e entidades, como Bosch, Ibmec, Câmara de Comércio França-Brasil, Conselho Empresarial Brasil-China, Aliança Francesa e Funcex. Nas horas vagas que lhe restam, faz palestras remuneradas (só neste ano foram 17) e planeja os trabalhos do Instituto República, think thank criado por ele para o futuro da democracia, cidades inteligentes e outros assuntos de interesse nacional.

Dentre esses assuntos, obviamente, está a eleição de 2018. Para o antigo comandante econômico do Bradesco, o atual Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seria o presidente ideal para o Brasil. “Se tivesse um pouco mais de carisma, seria o melhor nome. Política é um negócio complexo”.

Em suma, Barros entende que o próximo líder político do País precisa, obrigatoriamente, reunir quatro predicados fundamentais. O primeiro, seria bom que essa pessoa fosse inspiradora. Em segundo lugar, é preciso que seja alguém agregador, que não dividida ou tensione a sociedade. A terceira qualidade é ser “radicalmente” reformista. Por fim, o candidato tem de ter clara capacidade de articulação com o Congresso.

“Quando eu vejo alguns nomes ventilados, como Luciano Huck; isso não pode ser sério. Por mais que o Armínio, que é muito meu amigo, diga que ele seja bom, um cracaço... Pelo amor de Deus! Isso é coisa para profissional. Com todo respeito ao Luciano”, comenta.

Barros diz que o Brasil precisa de “um Macron para chamar de seu”, fazendo referência ao presidente francês, de clara tendência econômica liberal. “Ele está fazendo uma revolução na área de tributos, reduzindo brutalmente a burocracia. É um governo startup, visto como uma plataforma de estímulo à inovação, à reinvenção”, define.

Por fim, faz um alerta: “O Brasil é o país mais fechado do mundo, em qualquer critério que utilizemos. Sou defensor de uma abertura, não fiquem chocados, unilateral como política de governo em alguns setores da economia“.


Mais informações:
Renato Santana de Jesus
Assessoria de Imprensa
rjesus@acsp.com.br
(11) 3180-3220 / (11) 97497-0287

Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 122 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

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