Palavra do Presidente: Quarentena x Economia 

Sérgio Reze – presidente da Associação Comercial de Sorocaba 

Na opinião dos técnicos de saúde dos governos municipal, estadual e federal, o isolamento social é de extrema importância para que não haja a disseminação sem controle da Covid-19. Isso porque, caso aconteça uma explosão de contaminação, nosso sistema de saúde não será capaz de suportar, como aconteceu na Itália e Espanha, onde pessoas morreram na porta dos hospitais. 

Entre a angústia de ficar em casa e as diversas alternativas que encontramos para driblar essa quarentena, prorrogada até o dia 22/04, há também a preocupação com a economia, onde muitos empreendedores estão ansiosos em poder voltar a abrir suas lojas. 

No entanto, a principal preocupação do momento é com a saúde e a vida, que poderá se agravar ainda mais caso a abertura do comércio não essencial seja imediata. 

Em cada notícia divulgada pela imprensa, percebemos que os números de casos suspeitos e mortes vêm aumentando em nosso país. 

Infelizmente, vidas não podem ser recuperadas, diferente do que acontece com a economia. É necessário também ressaltar o excelente trabalho que os profissionais da saúde, linha de frente contra o Coronavírus, estão realizando. Contudo, ainda falta infraestrutura hospitalar e de atendimento para suprir a grande demanda, que virá a acontecer. 

Economicamente falando, a atuação dos governos deve ter o objetivo de preservar as empresas e os empregos, principalmente com a renúncia/postergação do recolhimento de impostos, sejam eles municipais, estaduais e federais. Já as medidas e contribuições voltadas aos trabalhadores, são paliativas para o momento. Todavia, é necessário planejar novas ações para capitalizar e criar condições para manter o mercado de trabalho. 

Preocupo-me com o setor de comércio e serviços, que estão se sacrificando e não sabem até onde conseguirão suportar. No entanto, os empresários devem ter em mente que demitir funcionários não resolve o problema, muito pelo contrário, agravará ainda mais. 

Enquanto as empresas privadas e os trabalhadores se sacrificam e carregam o peso nas costas, me pergunto onde o funcionalismo público dos poderes legislativo, judiciário, entre outros, que até agora não se sacrificaram ou cederam parte de seus grandiosos proventos para contribuir com este momento de gravidade econômica e social, os chamados “penduricalhos” e “mordomias”, que fazem a alegria destes privilegiados. 

É importante ressaltar que o Poder Público não gera receita. Os empresários e os trabalhadores são os principais pilares para a roda da economia girar e devem ser respeitados como merecem, com medidas que realmente os beneficiem. 

A Associação Comercial de Sorocaba está em constante contato com o Poder Público Municipal, com o apoio da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), no âmbito estadual, solicitando medidas que favoreçam os empreendedores de pequeno, médio e grande porte. Paralelo a isso, estamos criando condições e alternativas para auxiliar todos neste momento de quarentena, onde a criatividade do delivery, a divulgação nas redes sociais e em um atendimento online de qualidade é o que fará a diferença para minimizar os prejuízos. 

O momento é de luta! Uma luta em que ficamos dentro de casa, deixando que as entidades de classe, como a ACSO, façam o seu papel de defender os empresários e os representar perante o Poder Público. 

Não é hora de brigar para o comércio reabrir e reclamar do isolamento social. A recepção e transmissão de mensagens negativas e alarmistas, as chamadas fake news, provoca um sentimento de confusão e descrédito, atrapalhando as autoridades que estão em todo o momento vindo a público para discutir a situação e as medidas implementadas. 

Que este seja um momento de reflexão, replanejamento e, muito mais do que isso, continuar fazendo o nosso melhor, dentro do que podemos, crendo que logo tudo isso passará logo mais a frente. 

Se Deus quiser, venceremos mais essa! 

Sobre a Associação

A Associação Comercial de Sorocaba, entidade de classe sem fins lucrativos, foi fundada em 20 de janeiro de 1922 e tem o objetivo de defender os interesses do comércio local, além de representar seus associados em prol do desenvolvimento da cidade. O quadro associativo da entidade reúne empresários de todos os setores da economia.

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