O número de consumidores que se tornou inadimplente por conta de desemprego diminuiu no 2º semestre de 2021 em relação ao semestre anterior, de acordo com a pesquisa da Boa Vista, empresa de inteligência analítica.
Cerca de 27% dos consumidores entrevistados apontaram essa como a principal causa da inadimplência, contra 31% no período anterior. Entretanto, essa segue sendo a causa da inadimplência mais apontado pelos consumidores de todo o Brasil.
Em segundo lugar, vem a diminuição da renda, apontada por 21% dos entrevistados, contra 26% no 1º semestre de 2020.
Flavio Calife, economista da Boa Vista, diz que neste último semestre, chama a atenção a queda do desemprego como motivo da inadimplência; o resultado da pesquisa acompanhou o índice de desemprego em 2021, que fechou o ano com recuo de 3,1 pontos percentuais (14,2% x 11,1%), segundo o IBGE.
Essa queda, por sinal, só aconteceu a partir do segundo semestre, dado que em junho a taxa de desemprego ainda era de 14,2%.
"O desemprego, entretanto, é historicamente a principal causa da negativação, e segue como tal apesar da diminuição”, diz Calife.
A Boa Vista também questionou quantas contas o consumidor com restrições possui em atraso. A maioria, 62%, possui três ou mais contas em atraso – mesmo resultado do 1º semestre de 2021 –, e 83% desses consumidores estão há mais de 90 dias inadimplentes.
Em relação ao valor das dívidas, 51% desses consumidores relataram à Boa Vista que possuem dívidas a partir dos R$ 3 mil.
“Esses resultados apontam que o consumidor brasileiro continua enfrentando sérias dificuldades para quitar sua dívida rapidamente, além de atrasar outros compromissos e dever cada vez mais”, comenta Flavio.
Para a maioria dos consumidores inadimplentes (21%), as contas cujo não pagamento resultou em restrição ao CPF foram as chamadas contas diversas, que englobam gastos com educação, saúde, impostos e taxas, lazer e outras despesas, como ilustra o gráfico abaixo.
Em segundo lugar, vêm os empréstimos pessoais e os gastos com alimentação, ambos com 17%. As contas atrasadas foram contraídas pelos seguintes meios de pagamento: boletos (28%), cartão de crédito (25%) e carnê de financiamento/crediário (14%).