Prêmio Tarsila do Amaral para mulheres empreendedoras: quem ganha é o país!

31 de outubro de 2019 - O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) da Facesp lançou, com grande honra, o prêmio Tarsila do Amaral no 19º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP), em Atibaia -SP. A ação foi coordenada pelo Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) da ACSP, comandado por Ana Claudia Badra Cotait.

O objetivo é mais do que prestar uma homenagem para as mulheres empreendedoras do País: a meta é incentivar e promover, por meio de casos reais, o empreendedorismo feminino em todo o Estado de São Paulo. Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta da pintora Tarsila do Amaral e coordenadora do seu espólio, que, de forma gratuita, cedeu a chancela do prêmio à Facesp marcou presença no prêmio apresentando toda trajetória artística da tia. De retratos de viagens, manifestações religiosas e festas populares, e paisagens rurais e urbanas, Tarsilinha revelou uma visão positiva da artista sobre o País e sobre o povo brasileiro. “Ela sempre teve orgulho do Brasil e, acredito, ela foi a maior pintora entre homens e mulheres do País”, declarou emocionada Tarsilinha.

Ela relembrou momentos que passou ao lado da tia-avó, refletiu sobre a atual ascensão da artista brasileira no mundo das artes e comemorou a atualização das análises em torno da obra de Tarsila. “Projetando o quadro Abaporu, uma das mais emblemáticas obras da história da arte no Brasil, que foi pintado com tinta a óleo pela artista no ano de 1928 e ofertado como um presente de aniversário ao seu marido, na época, o poeta Oswald de Andrade, podemos deduzir que a obra poderia ser um autorretrato da própria tia”, analisou Tarsilinha. A tela pertence ao modernismo brasileiro e inaugura uma nova fase do movimento da fase antropofágica - corrente de vanguarda que marcou a primeira fase modernista no Brasil.

Mas o Abaporu não seria de Oswald por muito tempo. No fim de 1929, Tarsila e ele se separaram. Na hora da divisão dos bens, a pintora ofereceu ao poeta, de sua coleção, outra obra do seu acervo. “O motivo seria a infidelidade de Oswald, que a traiu com Pagu, que era amiga Tarsila na época e acabou engravidando. Foi um grande escândalo na época”, mencionou Tarsilinha.

Tarsilinha destacou que sua tia nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, ‘Sagrado Coração de Jesus’, em 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce. “Esse período influenciou fortemente em suas obras”, pontuou.

É um desejo de Tarsilinha que a obra de sua tia alcance grandes públicos, em especial, no Brasil. “Queremos mostrar cada vez mais isso por meio de suas obras, além de exaltar essa artista considerada um dos ícones do modernismo e mostrar ao mundo o seu talento, como também sua irreverência. Uma mulher à frente de seu tempo que não teve vergonha de expor suas ideias e muito menos de ir em busca de seus ideais”, finalizou.

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Patrícia Gomes Baptista
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