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Presidente da Facesp recebe ex-ministro de Minas e Energia para discutir alta dos combustíveis

Notícias 10 de maio de 2022

Com o objetivo de propor soluções para o intenso aumento nos preços dos combustíveis, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait Neto, recebeu, na última terça-feira (10), na sede da entidade, o ex-ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki.

Grande especialista na área de energia, Ueki é um dos fundadores do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado em 1975 para diminuir a dependência brasileira por petróleo importado, cujo preço estava elevado por conta de crises externas. Antes, contudo, ainda no final da década de 1960, o ex-ministro iniciou sua participação na política como membro do Conselho da Câmara do Comércio Internacional da ACSP.

Preocupado com os seguidos reajustes que afetam a inflação e reduzem o poder de compra de empresas e consumidores, Ueki sugere, em carta, mudanças na política de preços da petrolífera e a adoção de medidas extraordinárias para atenuar o problema.

Entre 2021 e 2022, a Petrobras anunciou uma série de aumentos nos preços dos combustíveis alegando defasagem nos preços praticados no Brasil frente ao mercado estrangeiro. Segundo cálculos da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, o reajuste do diesel, por exemplo, já ultrapassou a marca de 81% em 12 meses.

"Como detentora, de fato, do monopólio, a Petrobras deve assumir toda a responsabilidade de abastecer ao menor preço possível, salvaguardando a remuneração do capital. Sugiro congelar tributos e contribuições ao nível de 50 dólares por barril de petróleo produzido", propõe Ueki.

Além disso, o ex-ministro aconselha a Petrobras a vender petróleo bruto pelo preço mais alto possível para refinarias estrangeiras. Para refinarias nacionais, ele recomenda a venda pelo menor preço possível. Dessa forma, em sua avaliação, a indústria petrolífera nacional operaria em plena capacidade sem penalizar o consumidor de forma tão atenuante. "E, mesmo assim, teríamos lucro suficiente para remunerar o capital", ressalta.

Preços no mercado externo

Atualmente, os preços de derivados de petróleo no Brasil são equivalentes aos que prevalecem em mercados externos, cujo índice é fixado no preço do petróleo bruto importado, acrescido também do custo de refino, frete e outros.

"Não existe país exportador de petróleo que pratique no mercado doméstico os preços que prevalecem nos mercados importadores", lembra Ueki.

Também participaram da reunião o economista da ACSP, Marcel Solimeo, o vice-presidente da entidade, Roberto Mateus Ordine, o assessor especial da Presidência da ACSP, Carlos Kendi Fukuhara, e outros membros da diretoria da entidade e da comitiva do convidado.

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