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Problemas no transporte público são discutidos em debate na Associação Comercial de São Paulo

Notícias 30 de junho de 2016

São Paulo, 30 de junho de 2016. Projetos falhos, falta de diálogo entre os níveis de governo e escassez de dinheiro para investir. Esses foram alguns dos problemas apontados por especialistas nas políticas de transporte público em um debate realizado nesta quarta-feira (29/6) na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O evento foi promovido pelo Núcleo de Estudos Urbanos (NEU) do Conselho de Polícia Urbana da ACSP.  

“O transporte, de certa forma, é um elemento de ordenamento do uso e ocupação do solo. Ele induz a ocupação do solo”, disse Josef Barat, coordenador do NEU, ao salientar a relevância do tema e a importância de se encontrar formas de recuperação da “capacidade do transporte de ser um indutor de desenvolvimento”.

No entendimento dele, porém, trata-se de uma questão de difícil abordagem, pois as políticas de transporte público necessitam de grandes investimentos e entendimento entre municípios, estados e União – o que muitas vezes não acontece.

Ele deu o exemplo do Bilhete Único paulistano, que demorou muito para ser colocado em prática justamente em decorrência da demora da prefeitura e do governo estadual para chegarem a um acordo.

Para Nelson Ibrahim, ex-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego, a solução é atrair a iniciativa privada para a área de transporte, como é o caso da Linha-4 do metrô, administrada por um consórcio particular e considerada a melhor linha do sistema. “Já são 40 anos que estamos nessa ladainha de fazer metrô. Não tem dinheiro para fazer metrô. Agora que estamos desse jeito, não vai sair metrô nunca mais”, provocou Ibrahim.

Ônibus + Metrô

Para Regina Meyer, arquiteta e professora da USP, a solução para o transporte na cidade passa obrigatoriamente pela conjugação eficiente e articulada entre ônibus e metrô, os dois principais sistemas de transporte público em São Paulo. “Esse modelo da cidade industrial foi se desfazendo e, hoje, essa cidade de serviços tem uma exigência de transporte que não é mais a do bate e volta, do ponto A para o ponto B. Hoje as pessoas circulam, elas vão a muitos endereços. A pendularidade não é mais uma característica essencial do funcionamento de São Paulo”, explicou.

Ex-secretário de habitação da cidade de São Paulo e ex-presidente da Cohab-SP, Ricardo Pereira Leite seguiu o mesmo raciocínio e observou que empreendimentos imobiliários mais próximos de estações do metrô vendem mais – e de forma mais rápida. “É muito mais fácil vender quando o empreendimento está perto do do que quando está longe”, disse Leite, apontando as estações como centralidades de desenvolvimento da cidade.

Houve, porém, quem relativizasse o impacto do metrô na São Paulo atual. O engenheiro Cyro de Laurenza, que já foi presidente da antiga Ferrovia Paulista (Fepasa), enfatizou que o metrô foi um bom transporte. A razão de não o ser mais – que também se aplica à mobilidade urbana como um todo – é o fato de a cidade ter muita gente e maus planejadores. “Nós não sabemos planejar. Isso é claro. Essa é uma das razões. A outra é que, além disso, temos um excesso de habitantes. Uma cidade que foi pensada para ter dois milhões de habitantes não pode ter doze. E além destes, entram mais três, quatro todos os dias. Sabendo disso, por que não planejamos melhor? ”, questionou Laurenza.

 

 

 

Mais informações:
Renato Santana de Jesus
Assessoria de Imprensa
rjesus@acsp.com.br
(11) 3180-3220 / (11) 97497-0287  

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