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Professor Clóvis de Barros Filho encerra Congresso da Facesp com palestra sobre moral e ética na prática

Notícias 24 de novembro de 2016

São Paulo, 23 de novembro de 2016. O professor, advogado e jornalista Clóvis de Barros Filho fez ontem (22/11) a palestra de encerramento do 17º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), em Águas de Lindóia.

Ele discorreu sobre diferenças e aplicações da ética e da moral no dia a dia. De acordo com o estudioso, moral nada tem a ver com o olhar externo; é apenas o controle que uma pessoa tem sobre sua própria conduta. “É o que você não admite que seja feito”. Uma pessoa que devolve a carteira alheia o faz porque sua moral não admite que ele fique com o objeto de outrem, ainda que haja a certeza da impunidade. “A moral é tudo menos o medo de ser pego”.

Contudo, por ser cada vez mais rara e dar cada vez menos conta da convivência, a moral abre mais espaço para desconfiança no mundo contemporâneo. “Isso acontece porque o que falamos, nossas palavras, não significam mais nada”.

Visto que a moral é um valor em decadência, surge a ética como forma de controle para a convivência, explicou Barros Filho. “Ética é a inteligência coletiva, é a soberania do coletivo que se impõe sobre os interesses macabros dos indivíduos, é uma corresponsabilidade de todos. Já que a moral não segura a onda da convivência, vamos controlá-la todos juntos, de fora”.

Ele reforçou que, onde houver convivência, haverá ética, seja na relação de um casal ou entre milhões de pessoas. “Você haverá de concordar que quando você está sozinho o seu comportamento é um e, quando está com alguém, você acaba limitando o seu comportamento. E essa diferença é a própria ética”, destacou Barros Filho.

Esses controles para a convivência, disse, são fundamentais. O coletivo deve sempre prevalecer sobre o individual, pois “na aritmética dos ganhos e das perdas, a vitória do canalha é a derrota de todos. Ela é fragilizadora do mundo”, comentou, em referência a famosos casos de corrupção do mundo política que tanto estampara as páginas dos jornais nos últimos anos.

O que dificulta as discussões em torno da ética, porém, é que ela é um “cobertor curto”, que não dá conta de todas as complexidades da convivência. O professor exemplificou a transparência, considerado esse um valor essencial no mundo de hoje. “Ela é o valor, mas o sigilo é outro valor. E, quando quebrado, nos agride”. Sem sigilo, disse Barros Filho, o advogado não faz seu trabalho, o contador não faz seu trabalho, os concursos públicos não podem existir.

E é por essa dualidade que, ao se falar de ética, não é possível deixar de falar em angústia “porque você tem a lucidez de que essas escolhas nem sempre são óbvias”. “Nunca tem uma solução só, um valor só”.

Transpondo essa temática para o universo empresarial, Clóvis de Barros Filho declarou que não existe cliente mais propenso a voltar a fazer negócios com um estabelecimento do aquele que percebe que seu interlocutor deixou de ganhar para respeitá-lo. “O ganho a qualquer preço é negativo para todos”.

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