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Situação da economia é desagradável, mas não é desesperadora, afirma Delfim Netto

Notícias 01 de outubro de 2013

Em palestra na Associação Comercial de SP, o economista disse que críticas da revista The Economist à economia brasileira são exageradas, havendo excesso de pessimismo; para ele, projetos de infraestrutura são o caminho para aumentar produtividade 

A Associação Comercial de São Paulo recebeu na manhã desta terça-feira (1/10) o economista Antônio Delfim Netto. Ele fez palestra sobre as perspectivas para a economia brasileira.

Na ocasião, o economista e superintendente do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Domingos Solimeo, foi homenageado pelos seus 50 anos de trabalho na Associação.  

Estiveram presentes o secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi; o presidente do conselho deliberativo do Sebrae-SP, Alencar Burti; o presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado; e o ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, Guilherme Afif Domingos.

“Hoje é um dia importante para a Associação. Existe um laço entre nós e o professor Delfim: ele pertenceu à Casa de 1954 a 1966. É um enorme prazer tê-lo aqui”, disse o presidente da ACSP e da Facesp, Rogério Amato. No período mencionado, Delfim Netto foi superintendente do Instituto Gastão Vidigal da ACSP.

Excesso de pessimismo

Referindo-se às recentes críticas da revista britânica The Economist ao cenário econômico brasileiro, Delfim Netto defendeu que há exagero. “Existe hoje um excesso de pessimismo. As coisas não estão tão boas, mas esse pessimismo não corresponde às condições objetivas que estamos vivendo. A situação é desagradável, mas não é desesperadora”, frisou o economista.  

Delfim Netto fez uma apresentação em que abordou inflação, atividade industrial, políticas de câmbio e revolução demográfica. Disse que o PIB deve crescer em torno de 2,7% em 2013.

Sobre a inflação, ele afirmou que ela está alta em todo o mundo, mas fez um alerta. “Isso não é de agora: há sete ou oito anos a inflação está em torno de 6%. Não é um estado desagradável, mas é alta em comparação com os outros países”.

O palestrante chamou a atenção para o baixo investimento em infraestrutura no Brasil: com carga tributária de 36% do PIB, o governo não investe nem 2%. “É necessário transferir recursos do setor menos eficiente para o mais eficiente”, disse, referindo-se à iniciativa privada. “Projetos de infraestrutura: esse é o único caminho para aumentar a taxa de produtividade”.

Homenagem

Terminada a palestra, foi exibido filme em homenagem ao economista Marcel Solimeo. O presidente Rogério Amato o presenteou.

O homenageado destacou três fatores fundamentais durante esses 50 anos. O primeiro: a convivência com os colegas, conselheiros, empresários e professores. O segundo é que os valores e princípios da Associação sempre coincidiram com os de Marcel Solimeo. “Isso sempre foi importante para que eu pudesse me sentir em casa”. O terceiro: a ausência de monotonia nessas décadas. “Tivemos três Constituições, oito moedas, oito planos de estabilização, confisco de poupança, moratória externa, dois choques de petróleo”, enumerou.

“Tudo isso somado me levou a manter esse entusiasmo e defender as ideias da Associação”, finalizou Marcel Solimeo.   

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