Os números parecem desenhar um novo cenário e traduzir uma recuperação que parecia distante. A balança comercial de Garça fechou o primeiro semestre de 2022 com superávit de US$ 52.672.808, um aumento de 74,20% na comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Garça – ACIG, Mauro José de Sá, o saldo é muito positivo e mostra que Garça vem se recuperando das mazelas da pandemia. Ainda, segundo ele, há um longo caminhar, mas os empreendedores da cidade estão driblando as dificuldades.
“Esse superavit registrado traz novo ânimo. Estamos fechando com saldo positivo e, ao mesmo tempo em que as exportações aumentaram, as importações caíram. Estamos conseguindo, de fato, virar a página”, disse o dirigente garcense, cujas falas estão alicerçadas nos dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
De acordo com o divulgado, nos seis primeiros meses deste ano, as exportações em Garça tiveram um aumento de 66,66% se comparado com o mesmo período do ano passado. Já as importações tiveram uma queda de 16,95%.
De janeiro a junho de 2022 Garça registrou US$ 54.936.226 em exportações e US$ 2.263.418 em importações. A corrente de comércio, que soma os valores de embarques e desembarques, chegou de US$ 57,2 milhões.
Mauro lembrou que aos poucos a economia vai sendo restabelecida.
“O mês de janeiro foi o mais fraco em exportação e é o reflexo do que vivíamos. Aos poucos fomos nos fortalecendo e retomando as rotinas. Nos seis primeiros meses do ano passado exportamos US$ 32.961.461 e importamos US$ 2.725.651. O resultado desse ano nos deixa muito confiantes”, falou ele.
Especialistas alertam que o recorde das importações e das exportações, deve-se ao aumento dos preços internacionais das mercadorias. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média apenas 0,1% na comparação com junho do ano passado, enquanto os preços aumentaram 14,6%, favorecido pela valorização das commodities, que são bens primários com cotação internacional.
Nas importações, a quantidade comprada caiu 1,8%, mas os preços médios subiram 34,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, carvão e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Exportações e importações
Em Garça, segundo o Ministério, as exportações foram puxadas pelo “café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café contendo café em qualquer proporção”. Esses produtos responderam por 82% das exportações realizadas de janeiro a junho desse ano, confirmando uma tendência do município.
Em segundo lugar nas exportações, com 15% do total, estão as máquinas e aparelhos mecânicos, com função própria.
“São dois produtos que temos, que fortalecem a nossa indústria e que tem chegado a vários países. A maior parte vaio para os Estados Unidos (26,3%) e depois a Alemanha (21,5%), mas Garça tem entrado com seus produtos em países como Canadá, Austrália, Turquia, Argentina, Rússia, Japão, Malásia, Colômbia. Estamos entrando nesses países pela porta da frente, com produtos de qualidade”, colocou ele.
Já nas importações, com o polo de eletroeletrônico no município, Mauro comentou que elas se concentram na requisição de fios, cabos, condutores, rolamentos, máquinas e aparelhos mecânicos.
A China ocupa o topo dos países que exportam produtos para Garça. Segundo o Ministério, 78,4% das importações na Sentinela do Planalto vem do país asiático. Mas Garça também importa produtos da Itália, Estados Unidos, Índia, Tailândia, Alemanha, Reino Unido.
“Garça tem uma ampla negociação. Também importamos neste ano produtos da República Tcheca, Indonésia, Malásia, Filipinas. As fronteiras são amplas”, colocou Mauro.