Cadastro Positivo é nova opção para o crediário, diz Acim
Em vigor a partir deste mês, as instituições financeiras começam a abastecer o cadastro positivo com as informações creditícias dos clientes. “Por ser um setor que lida diariamente com um volume grande de consumidores, a expectativa é que o cadastro finalmente ganhe corpo”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Libânio Victor Nunes de Oliveira. Os dados serão fornecidos por bancos, financeiras e administradoras de leasing. Já as administradoras de consórcios, outro elo do setor financeiro, ganharam prazo maior para aderir, junho de 2014. “O Cadastro Positivo será uma excelente alternativa para o crediário”, acredita o presidente da associação comercial.
Na prática, quando um cliente, pessoa física ou jurídica, buscar um agente financeiro para pegar um empréstimo ou fazer um financiamento, será questionado se deseja ter seu histórico de pontualidade de pagamento de dívidas incluído no cadastro positivo. Caso aceite, seu histórico poderá ser acessado por lojas, bancos, prestadoras de serviços e pelas financeiras. Por exemplo, imagine que aquele cliente, que autorizou a inclusão das informações no cadastro positivo, resolva parcelar a compra de um calçado. Durante a transação, antes de passar o cartão de crédito, o lojista acessará seu histórico de pontualidade de pagamento. Caso as contas estejam em dia, o lojista poderá oferecer vantagens a ele, como um prazo maior para o pagamento. “Mais tranqüilidade para o comerciante, e vantagem para o consumidor”, disse Libânio Victor Nunes de Oliveira.
De acordo com o dirigente mariliense, com o tempo a expectativa é que o cadastro, ao valorizar os bons pagadores dos maus pagadores, crie um cenário mais saudável para o mercado de crédito. “Pode haver queda na inadimplência, o que diminuiria o risco de quem oferece crédito, possibilitando ao mercado praticar juros menores para o consumidor”, falou o dirigente mariliense que é favorável ao novo sistema. “O cadastro positivo vai separar os bons pagadores, permitindo reduzir o risco do mercado”, disse.
Dados do Banco Mundial mostram que países que adotaram o cadastro positivo conseguiram reduzir a inadimplência em até 43%. Estados Unidos, China, México Alemanha e Chile são alguns dos países que adotaram esse modelo. Nesses países também foi observado o aumento no acesso ao mercado de crédito após a implantação do cadastro. O cadastro positivo está ativo desde junho de 2011, quando a Lei n° 12.414/11 foi aprovada. Até então, era abastecido com dados coletados pelos próprios birôs e pelo varejo, a partir deste mês, o setor financeiro também irá municiá-lo com informações dos clientes. “Talvez em três ou cinco anos, o Cadastro Positivo chegue a maturidade”, acredita Libânio Victor Nunes de Oliveira. As informações creditícias de um consumidor só poderão constar do cadastro com autorização dele.
Outro ponto importante, segundo o presidente da Acim, é o acesso as informações. “Elas poderão ser acessadas por ele, a qualquer momento, gratuitamente e a qualquer momento, este consumidor poderá pedir a retirada dos dados do sistema”, completou ao lembrar que o cadastro conterá: o número de contratos de empréstimos, valores contratados, número de parcelas, valor de cada parcela, data de vencimento das parcelas, além de informações sobre renda, renda comprometida, profissão, empregador, hábito de pagamento e compromissos assumidos e vigentes.