O cientista político e pré-candidato à Presidência da República, Felipe d’Ávila (Novo), falou sobre a importância da abertura da economia para a retomada do país e da necessidade da governabilidade para a aprovação de projetos necessários ao Brasil. “Há 20 anos a economia não cresce. E em um país que não cresce, não consegue-se gerar renda, e não existe Estado que resolva problema de fome e miséria sem crescimento econômico”, afirmou. O pré-candidato deu as declarações na manhã desta segunda-feira (13/6), no Ciclo de Debates com Pré-Candidatos à Presidência da República, promovido pelo Conselho Político e Social (Cops), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com a Facesp e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
O evento teve abertura realizada pelo presidente da CACB, Alfredo Cotait Neto, que também preside a ACSP e a Facesp. Em sua fala, Cotait reforçou a importância de se ouvir as propostas de governo dos pré-candidatos que pleiteiam o cargo de presidente do Brasil em 2022. “Estamos conectados à Associação Comercial de São Paulo, à Federação, e à Confederação, ou seja, nós somos 2300 associações comerciais de todo o Brasil, então, na hora de falar, você fala para a cidade, para o estado de São Paulo e para o País, em um contato mais próximo com os empreendedores”, ressaltou.
Cotait também deu destaque à importância de fomentar-se o empreendedorismo para o crescimento e o desenvolvimento econômico nacional. Felipe d’Avila, por sua vez, citou quatro pilares que acredita serem fundamentais no próximo governo federal e que pretende trabalhar, caso eleito. São eles: a abertura unilateral do comércio brasileiro; meio ambiente; ampliação da segurança jurídica; e privatização de empresas estatais.
“Crescimento econômico só existe com abertura comercial. Nós temos um vestígio disso que é o agronegócio, que compete globalmente. Por que a indústria não faz a mesma coisa? Porque ela foi viciada em políticas protecionistas, em subsídio governamental, e isso criou baixa competitividade brasileira. O caminho da economia é a renovação da indústria, com modernização e acesso a crédito e a mão de obra qualificada”, argumentou.
Em seguida, o cientista político comentou a possibilidade que se abre ao Brasil no âmbito do meio ambiente, diante do compromisso mundial das principais economias com a redução de carbono. Para ele, há uma possibilidade gigante de negócio com o elemento químico no Brasil, que conta com uma extensa área verde. “Essa é a grande riqueza do século XXI. Nós temos que criar condições para atrair o investimento [para negócios de baixa geração de carbono]”, disse. Além disso, d’Avila falou sobre a importância de se combater o desmatamento e criticou a falta de empenho político para isso hoje.
A segurança jurídica, segundo o pré-candidato, é outro pilar que se torna fundamental para fazer andar pautas e projetos voltados ao crescimento econômico. “Investimento só há onde existe confiança”, ressaltou. Uma de suas propostas é trabalhar para colocar o Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um título que funciona como um selo de bom comerciante aos países membros. “A segunda coisa que precisamos, é acabar com a insegurança jurídica gerada pelo poder Judiciário. Eles têm que respeitar seu papel, não só o Supremo [Tribunal Federal], mas a Justiça”, criticou. Os tribunais de contas e ministérios públicos também foram citados durante a fala de d’Avila como exemplos de órgãos que excedem seus papéis constitucionais.
Por fim, d’Avila falou sobre as estatais. “Privatizar tudo: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobras, Correios. Isso aqui é para aumentar a concorrência e melhorar a atividade do serviço público”, frisou. O cientista político destacou ainda que, no processo de privatização, é necessário garantir-se que o monopólio estatal não seja apenas substituído pelo privado, mas, sim, que haja o aumento da competitividade por meio da prática de desestatização.
Democracia em risco
Felipe d’Avila afirmou – após fazer longo retrospecto sobre estadistas que ajudaram a estabelecer a democracia no Brasil – que o próprio regime estaria em risco. “Se nós elegermos mais um governo populista, as instituições do País estarão ameaçadas”, disse. D’Avila fez ainda um alerta: “Precisamos de um presidente que seja, principalmente, tolerante. Além disso, temos que pensar no desenvolvimento econômico; só o assistencialismo do Estado não vai erradicar a pobreza”, complementou. Em crítica ao atual governo, disparou: “Neste governo há uma total inabilidade política de se obter pacto com o Congresso [Nacional]”.
Fonte: CACB