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Investimento é a palavra-chave contra crise, e não consumo, diz Gesner Oliveira em palestra na ACSP

Notícias 03 de agosto de 2016

São Paulo, 3 de agosto de 2016. O economista Gesner Oliveira fez palestra hoje na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) durante reunião do Conselho de Infraestrutura da entidade. Ele falou sobre os cenários para a retomada da economia e o redimensionamento do Estado brasileiro, com foco nas privatizações.

Oliveira iniciou a palestra discorrendo sobre o atual contexto econômico do País e os fatores que podem recolocar a economia nos trilhos. “Investimento é a palavra-chave”, frisou, em diversos momentos de sua exposição. “A retomada, se vier, terá que ser a partir de investimento e não de consumo”, ressaltou, referindo-se ao fato de que a recuperação de 2017/2018 será distinta daquela verificada em 2008/2009, que foi baseada no consumo.

O coordenador do Conselho de Infraestrutura da ACSP, Luiz Gonzaga Bertelli, mencionou a privatização de empresas nos anos 90, como Embraer, Vale e CSN. “Estavam à beira da falência e a privatização tornou os serviços públicos mais baratos e eficientes”.

Para ele, o tema não é consensual: há um debate acirrado entre privatistas e estatistas e “uma enorme carga emocional dos grupos políticos” em torno do assunto. Segundo Bertelli, a privatização da Petrobras dependerá de seus principais acionistas e de “uma mobilização da sociedade brasileira”.

Vetores

Gesner Oliveira chamou a atenção para a necessidade de um redimensionamento do Estado brasileiro, a partir do que chama de “cinco vetores”. São eles: melhores expectativas com a mudança de governo e política econômica; fim do ciclo de estoques; liquidez internacional; melhora do setor externo; perspectiva de retomada do investimento em infraestrutura.

Oliveira se disse otimista, “embora com moderação”. “Se não forem tomadas medidas efetivas em seis meses, pode haver uma reversão do quadro de recessão – mas mudará para pior e não para melhor”.

Disse que as privatizações podem render quase R$ 200 bilhões, por conta dos investimentos previstos no Programa de Investimento em Logística do Ministério do Planejamento (PIL 2015-2018) – eles totalizam R$ 198,4 bilhões, divididos em ferrovias, rodovias, portos e aeroportos.

Para ele, privatizar requer “coragem e capacidade de comunicação”. “A resistência corporativa é brutal e o desafio maior ainda é o da comunicação”, enfatizou. 

Ele defendeu uma mudança do papel do Estado brasileiro, com “um Estado mais regulador e menos intervencionista, e com mais segurança jurídica”. Segundo o palestrante, essa tendência começou na época do governo FHC.

Os diferentes tipos de parcerias entre os setores privado e público também foram lembrados. Gesner Oliveira salientou que há várias possibilidades, mencionando as concessões, as PPPs e as concessões patrocinadas, por exemplo. “Cada uma sugere um tipo de modelagem”.

O economista enxerga oportunidades de parcerias nos estados brasileiros. “Se bem geridas, podem gerar um retorno positivo. Para as dívidas dos estados, a privatização poderia ser o caminho natural. Apesar de toda a crise, vemos várias parcerias nos estados, em saneamento, em iluminação. Se deixar com o setor público, não funciona”. Ele elogiou a intenção do governo paulista de privatizar linhas do Metrô e disse que haveria ganho de eficiência. 

Olimpíadas

Na visão de Oliveira, a realização dos jogos no Brasil vai ajudar a economia, por conta das obras de infraestrutura, gastos dos turistas e evidência no cenário internacional.   

Cenário externo

Gesner Oliveira mencionou as incertezas no mercado externo, por conta dos cenários como a trajetória gradual de juros nos EUA, o Brexit, dúvidas sobre a economia chinesa, escalada do terrorismo e Golpe na Turquia. “Isso tudo aumenta a incerteza no mercado externo, mas não repercute muito no Brasil – é um impacto relativamente pequeno”, pontuou.

Oliveira é um dos maiores especialistas no setor de infraestrutura e sustentabilidade. É professor do Departamento de Planejamento e Análise Econômica Aplicados à Administração (PAE-EAESP/FGV) e membro do Conselho de Autorregulação Bancária da FEBRABAN. Presidiu o Cade (1996-2000) e a Sabesp (2007-2010). Hoje atua junto ao Cade e a diversas agências reguladoras e é sócio da consultoria GO Associados. Foi eleito economista do ano em 2016 pela Ordem dos Economistas do Brasil.

 

Mais informações:
Ana Cecília Panizza

Assessoria de Imprensa
apanizza@acsp.com.br
(11) 3180-3220 / (11) 97497-0287  

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