A Associação Comercial e Industrial de Taubaté (ACIT) divulga resultados da pesquisa realizada pela ACVarejo, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que aponta que a crise e a queda da renda estão levando o consumidor a investir mais na manutenção de seu veículo, ao invés de comprar um novo. Isso significa que o setor de Autopeças e Acessórios foi o único que teve registro de crescimento no volume de vendas desde o mês de janeiro desse ano. 

 

No relação final das vendas de varejo ampliada, as cidades do Vale do Paraíba estão entre os menores registros de queda, com o índice de -4,2% no acumulado dos últimos 12 meses e -3,5% no acumulado do ano, frente à outras regiões que chegaram a marcar -18,8%.

 

Os setores que se mostraram resistentes a crise são o de Farmácia e Perfumaria e Supermercados, acumulando a menor queda de janeiro a agosto. No entanto, é importante ressaltar que eles comercializam os chamados produtos essenciais e, mesmo com essa característica, sentiram a crise, o aumento da inflação e a alta taxa de desemprego.

 

As maiores quedas e com retrações mais acentuadas foram registradas nos segmentos considerados mais dependentes de crédito, que ao longo de 2016 ficou mais caro e escasso. O pior resultado foi registrado nas lojas de Móveis e Decorações, com recuos de 15,6% (no acumulado janeiro-agosto) e de 19,3% (no mês de agosto), em relação aos mesmos períodos de 2015. O desempenho é justificado não apenas pelo crédito, como também pela ligação com o setor de imóveis, prejudicado pela crise imobiliária. Aqui nota-se também uma mudança de comportamento do consumidor, que vem optando pela reforma em vez da aquisição. 

 

Nas lojas de Vestuários, Tecidos e Calçados, as quedas foram de 12,5% no período acumulado e de 14,5% em agosto.  Já o segmento intitulado Outros Tipos de Comércio Varejista apresentou reduções de 11,1% (janeiro-agosto) e de 19,1% (agosto). Foi impactado principalmente pela venda de combustível, que tem caído em decorrência do menor uso de automóvel em tempos de recessão. 

 

Nas Concessionárias de Veículos as quedas foram de 10,3% (período acumulado) e de 14% (agosto). E as Lojas de Departamentos, Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos apresentaram perdas de 10,3% (janeiro-agosto) e de 9,8% (agosto). Juntos, todos os segmentos do comércio paulista registraram quedas de 7,3% nos oito primeiros meses do ano e de 12,3% em agosto.  

 

“Estamos trabalhando arduamente para resgatar a confiança do consumidor, incentivando a venda com a realização de campanhas promocionais, orientando o comércio a oferecer facilidades no pagamento e descontos. As ações do governo para redução das taxas de juros também influenciam diretamente na recuperação das vendas, bem como na redução do desemprego.” explica Ali Masri, presidente interino da ACIT.

 

A pesquisa ACVarejo é elaborada pelo Instituto de Economia da ACSP a partir de dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e de índices de inflação setoriais extraídos da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

 

O boletim pode ser consultado na integra pelo link Boletim ACVarejo