Projeção inédita da ACSP mostra que frio atenua em 2,9% a queda das vendas no varejo

Ao término do inverno, vendas devem cair 17,7% (acumulado 12 meses) e quando é inserido o efeito da temperatura, recuo é de 14,8%; mas o frio não impedirá que o setor saia do vermelho

São Paulo, 23 de junho de 2016. A expectativa para o inverno de 2016 é de temperaturas mais baixas em comparação com os últimos anos. Isso poderá ajudar o desempenho de um setor do comércio varejista paulista: o de vestuário, tecidos e calçados. O frio não impedirá que o segmento saia da situação negativa que vem enfrentando desde o começo do ano, mas contribuirá para quedas menos acentuadas nas vendas.

Ao término do inverno - em meados de setembro - o segmento apresentaria um recuo médio de 17,7% nas vendas no período acumulado de 12 meses, sem considerar o efeito da temperatura. Já quando é inserido o efeito-clima, a projeção é de uma diminuição de 14,8%, ou seja, de 2,9 pontos percentuais de diferença.

“O frio é um elemento benéfico ao setor de vestuário, tecidos e calçados, pois ajuda a minimizar as quedas nas vendas, ajudando a combater um pouco os efeitos da crise”, avalia Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

Ele pondera que a temperatura por si só não é capaz de alterar o desempenho do varejo como um todo. “A conjuntura ainda afeta muito o consumidor. O desemprego continua alto, a massa salarial está caindo e os juros seguem elevados. Todos esses fatores prejudicam o setor como um todo”, finaliza Burti. 

A conclusão está em projeção inédita do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com base em números do IBGE, no Índice Nacional de Confiança (INC) da ACSP e em dados oficiais de temperatura no Estado de São Paulo.

Segundo a projeção, quando o fator-clima é levado em conta, percebe-se um arrefecimento das quedas do setor de vestuário, tecidos e calçados no Estado durante os próximos meses.

Nota: A variação em 12 meses é muito utilizada na economia porque abrange um período completo, livre de efeitos sazonais e de alterações resultantes do calendário.

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Renato Santana de Jesus
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