“Temos polícias bem treinadas e bem equipadas”, diz secretário da Segurança Pública na Associação Comercial

São Paulo, 12 de julho de 2016.  O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou ontem à tarde na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que as polícias civil, militar e científica do Estado são as melhores do País. E que são “bem treinadas e equipadas” pelo governo, embora admita que os servidores não recebem salários adequados. “Temos polícias bem treinadas, bem equipadas, embora não tenham a melhor remuneração. Os números das nossas polícias, infelizmente, não permitem que a gente pague o que gostaríamos de pagar e o que elas merecem”, disse.

Os números aos quais Barbosa Filho se refere são esses: 93 mil profissionais na Polícia Militar, 35 mil na Polícia Civil e 4,5 mil na Polícia Científica. Ele lembrou que o Rio de Janeiro - estado com o segundo maior efetivo policial do País - tem apenas um terço do tamanho da polícia paulista. Anualmente são admitidos cerca de 6 mil profissionais nas três corporações de SP. “E se as nossas polícias são as maiores, também posso afirmar que elas também são as melhores. São as mais bem treinadas e equipadas no Brasil”, reforçou.

O bom desempenho da polícia paulista, na avaliação do secretário, decorre de uma prioridade que o governador Geraldo Alckmin deu a áreas específicas. “A Secretaria de Segurança Pública foi a única cujo grau de investimento de 2015 para 2016 subiu. Não foi o que gostaríamos, mas subiu para equiparmos de forma adequada as polícias”, afirmou.

“O orçamento que temos, se não é ideal, é bastante adequado”, comentou. Sobre armamentos, ele afirmou que o governo tem o que há de melhor no mercado e que as armas com defeito serão revisadas pelo fabricante.

O evento contou com as presenças do primeiro vice-presidente da entidade, Roberto Mateus Ordine; do secretário-adjunto da Segurança Pública, Sérgio Turra Sobrane; do membro do Conselho Superior da ACSP Robert Schoueri; e do ex-presidente da OAB-SP e conselheiro da ACSP, Luiz Flávio Borges D’Urso.

“Esse encontro serve para discutirmos um problema seriíssimo que estamos vivendo hoje, que é a insegurança. A presença do secretário é muito importante, para que criemos uma sintonia com a secretaria para trabalharmos juntos e apresentar soluções. Segurança é um problema que não é fácil de resolver”, disse Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

Imprensa

O secretário afirmou que, embora todos os índices de violência de São Paulo tenham caído em 2015, ainda há uma sensação de insegurança nas pessoas. Esse sentimento, no entendimento do secretário, é decorrente de matérias indevidas publicadas na imprensa. “Até me questiono se é adequado transmitir à sociedade essa sensação de insegurança”, disse. “Isso rema contra o nosso objetivo. Uma única matéria derruba toda a nossa batalha diária de provar que estamos melhorando, estamos avançando, que São Paulo não é uma terra sem lei”, disse, referindo à matéria de capa da revista Veja, edição de 13 de julho.

Núcleos

Mágino Alves Barbosa Filho falou sobre a implantação de núcleos formados por policiais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná, em cujos territórios transitam armas e drogas. “É preciso que autoridades estaduais e federais assumam efetivamente a questão do tráfico de drogas e armas nas fronteiras”, frisou o secretário, completando que serão designados policiais apenas para esses núcleos e que, primeiramente, o foco será na inteligência e, depois, nas questões operacionais. “Superadas vaidades na discussão desse tema, e que tenhamos a união entre as polícias estaduais e organismo federais, a tendência é que a gente comece a reverter essa situação”.

Detecta

O secretário da Segurança Pública informou que o sistema de videomonitoramento Detecta está em fase de avanços, com ampliação na área de atuação. Entre as próximas etapas está a interligação de câmeras particulares ao Detecta. “Não se trata da SSP fazendo segurança patrimonial “, esclareceu ele, em vários momentos.

Pelo programa, vídeos analíticos revelarão situações suspeitas, anormais, de risco. Barbosa Filho citou exemplos de crimes que foram solucionados graças ao programa.

Indulto de São João

Para o palestrante, “o Congresso é leniente com os crimes” e, por isso, a eleição para deputado federal é a mais importante. Barbosa Filho também criticou a Justiça, as penas e os privilégios para presos – como o indulto de São João. “Precisa de execução penal mais séria. Crime grave tem que cumprir”.

Ele classificou a saída de Suzane von Richthofen no indulto de Dia das Mães como “cúmulo do cúmulo”. E defendeu audiência de custódia. “É bom senso”, frisou.     

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