Desindustrialização e crises do turismo e da cana puxam para baixo números do varejo em 2014

Regiões com maiores quedas no volume de vendas nos 5 primeiros meses do ano foram Litoral (-14,4%), ABCD (-13,1%), capital (-10,4%) e Presidente Prudente (-9,4%); ACVarejo tem como base os dados de ICMS da Secretaria da Fazenda de SP.

Os estabelecimentos comerciais do litoral paulista, da região do ABCD, da capital e da região de Presidente Prudente  apresentaram os piores desempenhos nos cinco primeiros meses de 2014 ante o mesmo período de 2013.

É o que revela o ACVarejo (www.acvarejo.com.br), nova pesquisa mensal produzida pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal  (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

No Estado como um todo, o volume de vendas e o faturamento nominal caíram 6,5% e 0,9% no período, respectivamente.

No Litoral, o comércio viu suas vendas e seu faturamento despencarem 14,4% e 9,2% de janeiro a maio de 2014, respectivamente. As cidades analisadas são Barra do Turvo, Bertioga, Cajati, Cananéia, Cubatão, Eldorado, Guarujá, Iguape, Ilha Comprida, Itanhaém, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Miracatu, Mongaguá, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Peruíbe, Praia Grande, Registro, Santos, São Vicente e Sete Barras.

Na região do ABCD (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul), vendas e faturamento recuaram 13,1% e 7,9%.

Na capital, vendas e faturamento desaceleraram 10,4% e 5%.

Em Presidente Prudente, vendas e faturamento diminuíram 9,4% e 3,9%. Compõem a região: Adamantina, Alfredo Marcondes, Alvares Machado, Anhumas, Caiabu, Caiuá, Dracena, Emilianópolis, Estrela do Norte, Euclides da Cunha Paulista, Flora Rica, Flórida Paulista, Iepê, Indiana, Inúbia Paulista, Irapuru, João Ramalho, Junqueirópolis, Lucélia, Marabá Paulista, Mariápolis, Martinópolis, Mirante do Paranapanema, Monte Castelo, Nantes, Narandiba, Nova Guataporanga, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pacaembu, Panorama, Parapuã, Paulicéia, Piquerobi, Pirapozinho, Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Rancharia, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Rinópolis, Rosana, Sagres, Salmourão, Sandovalina, Santa Mercedes, Santo Anastácio, Santo Expedito, São João do Pau D’Alho, Taciba, Tarabai, Teodoro Sampaio e Tupi Paulista.

Para o presidente da ACSP, Rogério Amato, a diminuição do fluxo turístico pode explicar os dados desfavoráveis no Litoral.

Já a desindustrialização no ABCD e na capital pode ter puxado para baixo o desempenho do varejo. “As indústrias estão se deslocando para o interior em razão de incentivos fiscais e custos. É uma tendência verificada nos últimos anos e que se  reafirma neste ano de 2014”, diz Amato. Custos menores no interior - no que se refere a trânsito, valor do terreno, IPTU e mão de obra - fazem com que as empresas sejam atraídas para o interior. “Enquanto isso, os grandes centros se tornam polos de serviços”, completa Amato.

Em Presidente Prudente, a influência pode ser a cana de açúcar. “O setor canavieiro enfrenta uma crise gravíssima, usinas estão fechando. Isso afeta o emprego e a renda”, diz Amato, que também é presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de SP) e presidente-interino da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil).

Novos polos industriais

O deslocamento das indústrias para o interior prejudica a economia nos grandes centros mas, na outra ponta, favorece o interior. Os  dados do ACVarejo reforçam essa tendência. As regiões com os melhores desempenhos do varejo entre janeiro e maio de 2014 ante o mesmo período de 2013 foram Guarulhos/Mogi das Cruzes, Vale do Paraíba e Jundiaí. “São novos polos, com expansão maior da indústria, que leva mais emprego e renda para esses locais e impactam positivamente no comércio”, conclui Amato.

No comércio varejista da região de Guarulhos/Mogi das Cruzes, as vendas e o faturamento avançaram 6,3% 12,7%, respectivamente. A região inclui as cidades de Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano.

O segundo melhor desempenho foi do Vale do Paraíba, onde as vendas apresentaram leve queda de 0,3% e o faturamento avançou 5,7%. Fazem parte da região: Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Campos do Jordão, Canas, Caraguatatuba, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Igaratá, Ilhabela, Jacareí, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Monteiro Lobato, Natividade da Serra, Paraibuna, Pindamonhangaba, Piquete, Potim, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Santa Branca, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São José do Barreiro, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, São Sebastião, Silveiras, Taubaté, Tremembé e Ubatuba.

Já no comércio da região de Jundiaí, as vendas caíram 2,8% e o faturamento cresceu 3,1%. As cidades em questão são Águas de Lindóia, Amparo, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Campo Limpo Paulista, Conchal, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Itapira, Itatiba, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis, Jundiaí, Lindóia, Louveira, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Monte Alegre do Sul, Morungaba, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Santo Antônio da Posse, Santo Antônio do Jardim, Serra Negra, Socorro, Tuiuti, Vargem, Várzea Paulista e Vinhedo.